terça-feira, 6 de novembro de 2012

O crime das elites



Os noticiários mostram diariamente o que acontece entre o que chamam de criminosos, traficantes etc. é um padrão sanguinolento e significativo. Demonstra o fracasso de políticas sociais e econômicas, se existiram.
A crise econômica que se abateu sobre a Humanidade demonstrou os efeitos, mais uma vez, do excesso de poder que alguns personagens internacionais detêm. No Brasil vivemos uma fase de banalização dos crimes realizados pelos políticos. Bastava alguma aventura no passado para autorizar para o indivíduo ter o aplauso de seus comparsas.
Vimos a ponta da ponta dos icebergs que derivam há muito tempo pelos mares palacianos.
Temos situações bizarras que merecem auditorias pesadas, como, por exemplo, os juros bancários, cobrados com padrões de agiotagem até quando consignados em folha de pagamento. Quantos trilhões de reais nosso povo pagou a mais? Onde está esse dinheiro? Por quê só no atual governo descobriu-se que poderiam mudar esse cenário, atuando inclusive coercitivamente através de bancos estatais?
Faltou dinheiro para tudo, os aposentados que o digam. Corporações poderosas conquistaram benefícios enquanto o povo mais humilde passou a depender dos “bolsas esmolas”.
Nessa etapa final do julgamento do Mensalão e ainda no início das investigações sobre o escândalo “Carlinhos Cachoeira” sentimos que o Ministério Público Federal terá muito serviço pela frente.
O pior é que em alguns estados e municípios temos um espelho dessa situação. Sabemos de coisas horripilantes, mas os bandidos mais espertos não deixam rastos, matam.
Precisamos de um novo Brasil. Parece que os eleitores começam a sentir que existe a necessidade de mudar muita coisa, inclusive uma distribuição de poderes que transformou os partidos políticos em coisas amorfas e sem sentido.
Insistimos na tese da Democracia Direta, sem intermediários. Prefeitos, governadores e a própria Presidência da República poderiam depender de referendos constantes, avaliações de entidades de classe e... da internet.
O que nos assusta é a fragilidade de nossas instituições, degradadas pela falta de firmeza ética de seus líderes, com raras exceções capazes de enfrentar as tentações subterrâneas dos palácios.
O desgoverno é impressionante e as formas de cooptação usadas ao limite da tolerância de leis mal feitas. Por exemplo, quantos cargos de confiança têm o Brasil por município, estado e na União? O que fazem? Qual a justificativa desse gasto monumental a favor de cabos eleitorais, parentes e amigos?
O que aconteceu no STF é inacreditavelmente singular, exemplar e necessário.
O fundamental é que o Poder Judiciário e o aparato policial não pare aí. A partir desse momento de respeito ao povo, outros casos merecem ser julgados publicamente e analisados detalhadamente.
Por quê tantos inquéritos protegidos pela própria Justiça? Talvez aí devamos criar leis de transparência mais explícitas, pois se os mais fortes podem contratar grandes bancas de advocacia, o povo tem o direito de exigir informações que são essenciais ao respeito ao Brasil em sua totalidade.
Infelizmente tivemos episódios humilhantes e muitos aplaudiram o que aconteceu. Pensar dói e ser amigo do rei tem suas vantagens...

Cascaes
5.11.2012


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