segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Ações kafkianas


Tarifa não é tudo - e os impostos e royalties?
Talvez pela falta do que fazer durante essas últimas décadas nosso povo diplomado em qualquer coisa partiu para o economês e teses de menor custo, simplesmente. Isso se refletiu na má qualidade de produtos e serviços, algo tão esdrúxulo quanto as redes aéreas em Curitiba e tenebroso, exemplificando, como os acidentes com ônibus na capital paranaense.
A histeria tarifária afastou todos da discussão que mais importante, a segurança, conforto e o bom atendimento ao usuário, enfim a relação entre custos e benefícios.
Vale tudo, desde técnicas modernas ao gosto de ONGs assustadas com teses Al Gore até o travamento de obras essenciais ao Brasil.
O planejamento técnico eficaz, de modo especial, está a sete palmos sob a terra.
Se alguma dúvida existia ela se materializou de forma dramática na Medida Provisória sobre a renovação das concessões do Setor Elétrico (As Incoerências da MP 579), onde vemos todos falando em tarifas, indenizações e impostos, esquecendo que nossas hidrelétricas mais antigas mereceriam uma reengenharia completa para que se respeitasse questões realmente importantes em torno do uso múltiplo das águas e da otimização energética, lembrando sempre que o Brasil mudou demais neste meio século que passamos, afetando profundamente as vazões e até a quantidade e tipo de chuvas que podemos ter.
O troco vem na discussão sobre os royalties do petróleo existente a milhares de metros de profundidade, debaixo de uma camada salina [ (A guerra federativa dos Royalties, 2012), (Dinheiro na mão é vendaval, 2012), (A necessidade dos royalties do pré-sal para a saúde, 2012), (ÁREA EXPLORATÓRIA DE PETRÓLEO NO PAÍS CAI 66% APÓS PRÉ-SAL)] a ser explorado em condições ainda questionáveis.
Pior ainda, o Governo Federal colocou o carro adiante dos bois. Mexeu na receita fiscal dos estados e municípios sem ter feito a inadiável Reforma Fiscal. Alega demandas de ??? Se os motivos são melhorar a competitividade e gerar empregos o Governo deveria, como anunciou, concluir obras em andamento e que sejam  realmente importantes.
Ninguém faz milagres, mais ainda quando temos um atraso colossal em nossa infraestrutura.
Tarifa não é tudo, mais ainda em instalações essenciais. Confiabilidade, qual o nível que as agências reguladoras determinam de concessionárias subordinadas à União? Sabem e podem dizer quanto? Estão em condições de fiscalizar, avaliar, medir etc.?
Vimos exigências descabidas e questões sérias desprezadas. Parecia, contudo, que agora iríamos melhorar. Jogaram, entretanto, uma coleção de loucuras que juntas estão revertendo resultados que poderiam ser bons.
Fogo amigo?
O julgamento dos envolvidos no Mensalão parece ter sugerido atos de anarquia. 2012 não foi o ano do fim do mundo, nosso povo, entretanto, pagou um preço alto com greves inoportunas nessa época de crise internacional.  Quem seria o responsável por tudo isso?
Na política o maquiavelismo é rotina. Lamentavelmente a maior vítima de tudo isso é principalmente o brasileiro do futuro próximo. Não estamos vendo a construção do Brasil que precisamos. Eles terão belíssimos estádios de futebol, e o resto, além de bondes e alguns arranjos urbanísticos?
Nossa Presidente abraçou a tese da redução do custo Brasil, ótimo! Decretos regulamentando melhor as leis existentes já fariam o que fosse necessário, principalmente se reduzissem a burocracia.
O pesadelo, contudo, é sentir na balbúrdia do Congresso Nacional que todos fogem à racionalidade. Para o Governo, que beleza a vitória do Corinthians...

Cascaes
16.12.2012

As Incoerências da MP 579. (s.d.). Fonte: ILUMINA: http://www.ilumina.org.br/zpublisher/materias/Noticias_Comentadas.asp?id=19947
Celestino, S. (16 de 12 de 2012). A guerra federativa dos Royalties. Fonte: Bahia Notícias: http://www.bahianoticias.com.br/principal/samuel-celestino/2963-coluna-a-tarde-a-guerra-federativa-dos-royalties.html
L., M. A. (16 de 12 de 2012). A necessidade dos royalties do pré-sal para a saúde. Fonte: Luis Nassif Online: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-necessidade-dos-royalties-do-pre-sal-para-a-saude
Maia, S. (16 de 12 de 2012). Dinheiro na mão é vendaval. Fonte: CartaCapital: http://www.cartacapital.com.br/politica/dinheiro-na-mao-e-vendaval/
Reuters. (s.d.). ÁREA EXPLORATÓRIA DE PETRÓLEO NO PAÍS CAI 66% APÓS PRÉ-SAL. Fonte: Bahia Mercantil: http://www.bahiamercantil.com.br/?p=14003#&panel1-1

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