De: Adriano
Benayon [mailto:abenayon.df@gmail.com]
Enviada em: segunda-feira, 19 de agosto de 2013 13:18
Para: 'Amilcar Brunazo Filho'
Assunto: artigo: Desgoverno mundial totalitário
Enviada em: segunda-feira, 19 de agosto de 2013 13:18
Para: 'Amilcar Brunazo Filho'
Assunto: artigo: Desgoverno mundial totalitário
Desgoverno mundial
totalitário
Adriano Benayon * -
16.08.2013
01. Estamos diante de
mudança qualitativa na situação mundial, tanto no plano econômico como no
político.
02. Depressão,
desemprego crescente, concentração e financeirização absurdamente elevadas
- incompatíveis sequer com o pouco que restava do estado de direito
- têm levado ao Estado totalitário, cujas instituições aplicam meios e
armas tecnológicas, nunca dantes vistas, para desinformar, espionar e reprimir
as pessoas.
03. Poucos países,
como Rússia, China e Irã, não se comportam como capachos do império
angloamericano, sofrendo, por isso, pressões militares, políticas e constante
campanha denigridora, apesar de com ele colaborarem em muitos terrenos e
questões (1). Nem esses se desvencilharam plenamente da oligarquia financeira
angloamericana, absoluta em numerosas nações subjugadas, de todos os
continentes.
04. Isso, inclusive
porque o império logra manter seu sistema financeiro fraudulento, inclusive o
dólar e o euro no grosso das transações mundiais e constituindo mais de
90% das reservas de divisas (só o dólar, mais de 60%).
05. Sem a ameaça
do poder militar e sem as incríveis manipulações nos “mercados financeiros”
pelos bancos da oligarquia, o dólar teria, de há muito, perdido toda
credibilidade.
06. Essa moeda é
emitida em quantidades colossais, mais de vinte trilhões tendo sido passados
aos bancos da oligarquia financeira angloamericana e a alguns europeus a ela
vinculados, para livrá-los do colapso criado por esses próprios bancos, com a
orgia dos derivativos.
07.A injeção de
dinheiro no sistema financeiro oligárquico, por parte dos tesouros nacionais e
dos bancos centrais, através da criação de moeda, levou os tesouros a se
superendividar, e os bancos centrais a exceder os limites toleráveis de
emissões.
08. Por isso, não
haverá como usar o mesmo “remédio” no próximo colapso, que terá consequências
ainda piores que as do anterior, de 2007/2008, inclusive, como já aconteceu em
Chipre, o confisco de haveres dos depositantes.
09. Desde o anterior,
com as empresas produtivas e as pessoas em dificuldades, os bancos quase não
emprestaram aos que produzem, e geraram a bolha do dólar e as dos mercados de
títulos e de ações.
10. De fato, os
governos títeres fizeram o contrário do que recomenda a ciência econômica não
pautada pela submissão ideológica à oligarquia: deixar falir os grandes
bancos e aplicar recursos financeiros na produção em bases saudáveis,
desmontando carteis e oligopólios e fomentando pequenas e médias empresas, bem
como fortalecendo as estatais e investindo na infra-estrutura.
11. O montante dos
derivativos não registrados em bolsas (over the counter), que havia
ultrapassado 600 trilhões de dólares no auge da “crise” em 2008, voltou a
fazê-lo em 2011 (dados do Bank for International Settlements – BIS).
12. Grande, se não a
maior, parte dos derivativos revelou-se podre, por serem pacotes de
obrigações securitizadas, em cuja base estavam instrumentos de
crédito-débito sem condições de serem adimplidos.
13. Os vultosos
prejuízos resultantes desencadearam o colapso e deveriam ter causado a falência
dos grandes bancos, cujos controladores, executivos e acionistas haviam obtido
ganhos bilionários com as fraudes.
14. A sequela do
colapso financeiro foi a depressão e o desemprego nos EUA, Inglaterra, Japão e
na quase totalidade da Europa, com reflexos em todo o Mundo.
15. Aí entra a
desinformação. Nos EUA, os órgãos oficiais falseiam as estatísticas de
diversas formas, inclusive superestimando a produção, ao aplicar aos
preços deflatores muito inferiores à inflação verdadeira, e subestimando o
desemprego.
16. Mas as pessoas
sentem a deterioração de suas condições de vida e protestam. Diante disso, a
oligarquia recorre à repressão policial, reforçando cada vez mais a natureza
totalitária do poder público que controla. É o inelutável reverso político da
medalha econômica e social.
17. O Estado
policial, a serviço da oligarquia, já estava consolidado antes da implosão das
Torres Gêmeas, em Nova York, e do míssil disparado contra o Pentágono, em
Washington, em 11.09.2001, pois praticar um golpe dessa magnitude, conseguir
ocultá-lo na “investigação”, reprimir os que demonstraram a verdade e impor à
mídia a difusão da mentira oficial, são façanhas só possíveis sob instituições
totalitárias.
18. Esse golpe -
vale recordar – foi perpetrado para aterrorizar a população, obter do
Congresso mais leis repressoras e “justificar” ações de guerra de grande
envergadura, no Oriente Próximo e no Norte e Leste da África, no Afeganistão,
Iraque, Líbia, e mais recentemente Síria.
19. Muita gente
imagina que a oligarquia não tem como evitar a depressão e crê que ela não
entende como a política econômica a poderia suprimir. 20. Entretanto, a
recorrência das depressões e a continuidade das guerras demonstram que elas não
são catástrofes naturais, mas, sim, deliberadamente cultivadas, além de
consequência da concentração extrema do poder econômico, causada pelas
políticas públicas comandadas pela oligarquia.
21. A oligarquia tem
por objetivo central aprofundar e tornar absoluto seu poder econômico e
político. Para isso, nada melhor que tornar pobre a grande maioria dos
razoavelmente prósperos e a totalidade dos trabalhadores, que, em situação de
vida menos desfavorável, contariam com recursos financeiros e tempo para
organizar-se e resistir à concentração do poder e aos desmandos da repressão
totalitária.
22. Um exemplo disso
ocorre com os brasileiros, que, se empregados, têm de desperdiçar cinco horas
diárias estressando-se no trânsito. Além disso, o lazer é arruinado pela
anticultura, e pela promoção de vícios e pela destruição de valores
inculcadas pelos meios de comunicação e de entretenimento.
23. Os moderníssimos e
cada vez mais poderosos instrumentos da eletrônica e da informática são
intensamente empregados a serviço disso, como também da espionagem
industrial e a repressiva, causando danos às economias nacionais e
à privacidade e à segurança de cada indivíduo.
24. O Brasil,
transformado em zona passiva da exploração e da opressão imperiais, tem o
“privilégio” de votar na urna eletrônica menos confiável do Mundo, e agora seus
eleitores vão ser submetidos pela “Justiça” ao cadastramento biométrico,
ficando, assim, expostos a mais abusos contra seus direitos.
25. Por mais absurdo
que pareça às mentes sadias, infere-se o objetivo de dizimar a população
mundial, por parte da oligarquia instituidora da “nova ordem mundial”.
Basta, para isso, ver o que ocorre, há decênios.
26. Percebe-se mais um
“sentido” da depressão econômica: favorecer o aumento da subnutrição, da má
nutrição e das doenças, inclusive através do estresse, fonte da intoxicação
endógena e da perda da imunidade.
27. O fomento
das doenças, além de fonte de lucros das indústrias da “saúde”, faz “controle
demográfico”, complementando o controle da natalidade. Para tanto, estão
aí os transgênicos, agrotóxicos, o lançamento de rastros químicos por aviões, a
gigantesca poluição de produtos como petróleo e seus derivados,
carvão, xisto, os da indústria química e n outros.
28. Na mesma
direção, refrigerantes, fumo, drogas, antibióticos, quimioterapia,
radioterapia e os hormônios, inclusive administrados ao gado e aves. Ademais, a
medicina orientada pelos interesses financeiros da indústria farmacêutica e da de
equipamentos médicos.
(1) O caso emblemático do
analista Snowden provocou a fúria dos agentes imperiais, tendo o presidente
Putin agido com exemplar firmeza, ao lhe conceder asilo, em contraste com a
atitude dúbia da China, que rapidamente o despachou para a Rússia.
* - Adriano Benayon é doutor em economia e
autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.
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