sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Responsabilidades e cidadania

Administração das cidades, cidadania e o 156 ou 0800
Quanto custa a máquina administrativa que deveria zelar pelos serviços essenciais (Serviços Essenciais) e a estrutura comunitária em todos os níveis gerencias da nação (da frente da casa à União)?
Um fenômeno talvez mundial seja o da alienação, leniência e submissão pura e simples. O medo gera processos educativos servis e passivos. O comodismo, por sua vez, mais o temor de fantasmas talvez sejam o principal suporte da omissão que gera cidades tenebrosamente mal servidas e descuidadas.
Curitiba é uma cidade considerada “de Primeiro Mundo”, será? Com certeza pode mostrar muito, principalmente para turistas encarapitados em ônibus especiais.
Para quem vive aqui, contudo, principalmente se adotar um comportamento crítico e tiver conhecimentos para avaliar o que acontece, o desespero é grande.
Simplesmente olhando os cabos de empresas de TV a cabo desmanchando em varais presos aos postes da Copel ganhamos convicções que se reforçam andando por calçadas (Cascaes, Cidade do Pedestre), quando existem, frequentemente mal cuidadas e até deformadas pelo afundamento do solo, provavelmente acompanhando falhas de serviços e água e esgoto.
Ônibus bonitos e modernos parando em pontos abandonados há anos e o famigerado anti-pó cobrindo, mal e porcamente, muitas ruas colocam seus usuários em risco de acidentes, ou simplesmente os afugentam. Nas calçadas cercas vivas de uma planta especialmente perigosa para pessoas que têm dificuldades visuais e motoras denominada Coroa de Cristo[1] são armadilhas ou barreiras que avisam os pedestres a procurarem outros caminhos. Casas com cachorros perigosos e cercas mal feitas, completam um cenário que impõe até a senhoras com carrinhos de bebê a usarem as ruas para se deslocarem. A descrição desse circo em que o povo fica no picadeiro vai longe...
E a fiscalização? Será que os funcionários das concessionárias e da Prefeitura assim como os  políticos não conhecem a cidade? Há necessidade do 156 ou algum 088 para registrar queixas óbvias e existentes há muito tempo, apesar de muitas reclamações públicas e formais?
Terceirizamos a cidadania[2].
Elegemos administradores que simplesmente esperam a formalização de queixas para iniciarem providências que em muitos casos deveriam ser imediatas, urgentes, como o fazem para garantir o trânsito motorizado. Criaram megaestruturas que azem jus ao que se diz: “quanto mais gato, mais rato”.
O custo da alienação é elevado. As estatísticas de acidentes, doenças evitáveis, poluição etc. demonstram que acreditar na própria incapacidade de reagir é um mau negócio. Se todo indivíduo registrasse e comunicasse o que sabe estar errado as repartições públicas seriam menores, reduzindo impostos e a degradação das cidades.
Um exemplo fantástico que entrará para a história do Brasil foi o quase levante popular de junho deste ano. Maravilhosamente o povo brasileiro acordou.
O que assusta é o esforço da mídia comercial, engajada ou cooptada por contratos de propaganda e outros, procurando desesperadamente mostrar valores antigos, que levaram o Brasil a esse buraco sem fim.
Felizmente existem as redes sociais, blogs, youtube e até telefones que, apesar de seus defeitos, oferecem agora informações inexistentes até pouco tempo passado.
Está muito evidente que o ser humano bem informado e com um pouco de coragem pode muito, mais ainda com as facilidades de mobilização existentes.
Graças a isso podemos e devemos também perguntar o que fazem os fiscais, servidores, funcionários, colaboradores, gerentes etc. de concessionárias, Prefeituras, agências reguladoras etc. Será que só atuam quando algum 0880 ou 156 é usado? Não enxergam o que existe em volta? Não sentem onde pisam? Não usam o transporte coletivo urbano, postos de saúde, sistemas de telefonia, TV a cabo, energia, saneamento básico, não dependem da qualidade e segurança policial e dos serviços essenciais?
Cascaes
23.8.2013

Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Cidade do Pedestre: http://cidadedopedestre.blogspot.com.br/






[1] Coroa-de-cristo (Euphorbia milii) é um arbusto espinhoso originário de Madagascar, muito difundido no Brasil, onde é utilizado como planta ornamental e como proteção em cercas vivas. Conhecida popularmente no Brasil como "Coroa-de-cristo", "Colchão de Noiva", "Dois Irmãos", "Bem-Casados", Coroa-de-Espinhos", "Martírios", "Duas Amigas", "Coroa-de-Nossa-Senhora" entre outras denominações.
Seu nome científico, Euphorbia millii, foi proposto por Des Moulins em homenagem ao Barão Pierre-Bernard Milius, governador pela França da Ilha de Bourbon, atual Ilha Reunião, que levou algumas destas plantas para o Jardim Botânico de Bordeaux em 1821.

[2] Cidadania (do latim, civitas, "cidade") é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive.
O conceito de cidadania sempre esteve fortemente "ligado" à noção de direitos, especialmente os direitos políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar (indireto), seja ao concorrer a um cargo público (direto). No entanto, dentro de uma democracia, a própria definição de Direito, pressupõe a contrapartida de deveres, uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade. (Wikipédia)

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