Administração das cidades, cidadania e o 156 ou 0800
Quanto custa a máquina administrativa que deveria zelar
pelos serviços essenciais (Serviços
Essenciais)
e a estrutura comunitária em todos os níveis gerencias da nação (da frente da
casa à União)?
Um fenômeno talvez mundial seja o da alienação, leniência e
submissão pura e simples. O medo gera processos educativos servis e passivos. O
comodismo, por sua vez, mais o temor de fantasmas talvez sejam o principal
suporte da omissão que gera cidades tenebrosamente mal servidas e descuidadas.
Curitiba é uma cidade considerada “de Primeiro Mundo”, será?
Com certeza pode mostrar muito, principalmente para turistas encarapitados em
ônibus especiais.
Para quem vive aqui, contudo, principalmente se adotar um
comportamento crítico e tiver conhecimentos para avaliar o que acontece, o
desespero é grande.
Simplesmente olhando os cabos de empresas de TV a cabo
desmanchando em varais presos aos postes da Copel ganhamos convicções que se
reforçam andando por calçadas (Cascaes, Cidade do Pedestre) , quando existem,
frequentemente mal cuidadas e até deformadas pelo afundamento do solo,
provavelmente acompanhando falhas de serviços e água e esgoto.
Ônibus bonitos e modernos parando em pontos abandonados há
anos e o famigerado anti-pó cobrindo, mal e porcamente, muitas ruas colocam
seus usuários em risco de acidentes, ou simplesmente os afugentam. Nas calçadas
cercas vivas de uma planta especialmente perigosa para pessoas que têm
dificuldades visuais e motoras denominada Coroa de Cristo[1]
são armadilhas ou barreiras que avisam os pedestres a procurarem outros
caminhos. Casas com cachorros perigosos e cercas mal feitas, completam um
cenário que impõe até a senhoras com carrinhos de bebê a usarem as ruas para se
deslocarem. A descrição desse circo em que o povo fica no picadeiro vai
longe...
E a fiscalização? Será que os funcionários das
concessionárias e da Prefeitura assim como os
políticos não conhecem a cidade? Há necessidade do 156 ou algum 088 para
registrar queixas óbvias e existentes há muito tempo, apesar de muitas reclamações
públicas e formais?
Terceirizamos a cidadania[2].
Elegemos administradores que simplesmente esperam a
formalização de queixas para iniciarem providências que em muitos casos
deveriam ser imediatas, urgentes, como o fazem para garantir o trânsito
motorizado. Criaram megaestruturas que azem jus ao que se diz: “quanto mais
gato, mais rato”.
O custo da alienação é elevado. As estatísticas de
acidentes, doenças evitáveis, poluição etc. demonstram que acreditar na própria
incapacidade de reagir é um mau negócio. Se todo indivíduo registrasse e
comunicasse o que sabe estar errado as repartições públicas seriam menores,
reduzindo impostos e a degradação das cidades.
Um exemplo fantástico que entrará para a história do Brasil
foi o quase levante popular de junho deste ano. Maravilhosamente o povo
brasileiro acordou.
O que assusta é o esforço da mídia comercial, engajada ou
cooptada por contratos de propaganda e outros, procurando desesperadamente
mostrar valores antigos, que levaram o Brasil a esse buraco sem fim.
Felizmente existem as redes sociais, blogs, youtube e até
telefones que, apesar de seus defeitos, oferecem agora informações inexistentes
até pouco tempo passado.
Está muito evidente que o ser humano bem informado e com um
pouco de coragem pode muito, mais ainda com as facilidades de mobilização
existentes.
Graças a isso podemos e devemos também perguntar o que fazem
os fiscais, servidores, funcionários, colaboradores, gerentes etc. de
concessionárias, Prefeituras, agências reguladoras etc. Será que só atuam
quando algum 0880 ou 156 é usado? Não enxergam o que existe em volta? Não sentem
onde pisam? Não usam o transporte coletivo urbano, postos de saúde, sistemas de
telefonia, TV a cabo, energia, saneamento básico, não dependem da qualidade e
segurança policial e dos serviços essenciais?
Cascaes
23.8.2013
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais:
http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Cidade do Pedestre:
http://cidadedopedestre.blogspot.com.br/
[1] Coroa-de-cristo (Euphorbia milii)
é um arbusto espinhoso originário de Madagascar, muito difundido no Brasil, onde é utilizado como planta ornamental e como
proteção em cercas vivas. Conhecida popularmente no Brasil como
"Coroa-de-cristo", "Colchão de Noiva", "Dois
Irmãos", "Bem-Casados", Coroa-de-Espinhos",
"Martírios", "Duas Amigas",
"Coroa-de-Nossa-Senhora" entre outras denominações.
Seu
nome científico, Euphorbia millii, foi proposto por Des Moulins em homenagem ao Barão
Pierre-Bernard Milius, governador pela França da Ilha de Bourbon, atual Ilha Reunião, que levou algumas destas
plantas para o Jardim Botânico de Bordeaux em 1821.
[2] Cidadania (do
latim, civitas, "cidade") é o conjunto de
direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em
que vive.
O
conceito de cidadania sempre esteve fortemente "ligado" à noção de
direitos, especialmente os direitos políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direção dos negócios públicos
do Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar (indireto), seja ao concorrer a um cargo público
(direto). No entanto, dentro de uma democracia, a própria definição
de Direito, pressupõe a contrapartida
de deveres, uma vez que em uma
coletividade os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento
dos deveres dos demais componentes da sociedade. (Wikipédia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário