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Em nome de Adriano Benayon
Enviada em: terça-feira, 19 de novembro de 2013 18:18
Para: 'Paulo'
Cc: desenvolvimentistas@googlegroups.com
Assunto: envolvi] RES: Caixa de Pandora
Enviada em: terça-feira, 19 de novembro de 2013 18:18
Para: 'Paulo'
Cc: desenvolvimentistas@googlegroups.com
Assunto: envolvi] RES: Caixa de Pandora
Caro Paulo Metri,
Parabéns por mais esta meritória contribuição sua ao
esclarecimento de nossos compatriotas sobre a vital e estratégica questão do
petróleo.
Trata-se de uma das principais áreas em que o Brasil está sendo
lesado não só em termos quantificáveis monetariamente e materialmente, mas
também quanto à perda de sua condição de nação autônoma.
Juntamente, com seu fator desencadeador, a entrega graciosa e
subsidiada do mercado brasileiro às empresas transnacionais - iniciada a partir
do golpe de agosto de 1954 e que desembocou, ademais, na dívida pública e seu
espoliador serviço (juros e amortizações) – a entrega do petróleo acarreta
prejuízos colossais ao País.
Em resumo, três fontes de saqueio operando
simultaneamente:
1) a extração, por quase nada, de recursos minerais de
valor incalculável;
2) os preços de oligopólios/carteis, cujo lucro é objeto de
transferência para o exterior, sob 15 formas diferentes em contas do balanço de
pagamentos [lucro esse avolumado ainda mais pela continuidade dos subsídios
governamentais nos três níveis da Federação];
3) o serviço da dívida, responsável em 2012 por 44% das
despesas da União federal.
Essas são algumas das seqüelas da desnacionalização, causa
também da desindustrialização e da primarização tanto na produção econômica
como na consciência de tanta gente submetida à enganação acadêmica, midiática,
que busca perenizar a reversão a algo pior que a condição colonial, apassivando
e intoxicando os brasileiros, não só com os químicos nos alimentos e nos
“remédios”, mas com a desinformação, a descaracterização cultural e a estupidez
ideológica.
É interessante notar que, apenas um ano após a instituição do
monopólio estatal do petróleo (1953), a oligarquia financeira angloamericana
conseguiu dar a partida para a destruição dele, através do golpe de 1954,
iniciando com a Instrução 113 da SUMOC (janeiro de 1955), a entrega da
economia nacional às empresas transnacionais, incrivelmente com a ajuda e os
subsídios do governo brasileiro, que, assim, pagou para fazer essa entrega.
Demorou um tanto, mas o próprio monopólio estatal do petróleo
soçobrou como consequência natural do debilitamento do País ao longo dos 43
anos decorridos de 1954 a 1977.
E hoje não é só o monopólio do petróleo que está quebrado, mas
também o próprio Estado, o qual, nos últimos decênios, se demitiu de
todas as funções que deve ter um Estado minimamente interessado no
desenvolvimento nacional.
Abraços,
Adriano Benayon
De: Paulo [mailto:pmetri@terra.com.br]
Enviada em: terça-feira, 19 de novembro de 2013 09:24
Para: 'Paulo'
Assunto: Caixa de Pandora
Enviada em: terça-feira, 19 de novembro de 2013 09:24
Para: 'Paulo'
Assunto: Caixa de Pandora
Caixa de Pandora
Paulo Metri – conselheiro do Clube de Engenharia
Ela começou a
ser aberta em 1995, no momento em que o presidente FHC forçou a mudança do
Artigo 177 da Constituição, o que significou, de fato, a extinção do monopólio
estatal do petróleo. Tratou-se de uma mudança constitucional com redação dúbia,
tanto que ganhou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) colocada pelo
então governador Requião.
A pergunta que
as pessoas expostas à questão fazem é o por que de ser preciso fazer uma
mudança constitucional dúbia. A explicação é simples: para não se chocar a
opinião pública, pois, se a sociedade fosse consultada, certamente iria negar a
permissão para o término do monopólio estatal. Então, era preciso dar a
impressão de que o monopólio continuaria existindo, enquanto as empresas
petrolíferas estrangeiras entravam no país. Desta forma, foi preciso usar um
texto aparentemente lógico para se conseguir ludibriar. O ministro do Supremo
Eros Grau, ao proferir seu parecer sobre esta Adin, utilizou grande malabarismo
argumentativo.
No entanto,
apesar de a Adin ter sido negada pela composição de ministros do STF da época,
uma dúvida ainda persiste. Como pode um monopólio estar determinado no Artigo
177, mesmo após a modificação, e existirem dezenas de empresas atuando no setor
no Brasil? Mas, enfrentando a realidade, temos que a Caixa de Pandora foi
aberta e os três governantes, que se sucederam desde então, já entregaram mais
de 900 áreas do território nacional. Em menos da metade destas áreas, a
Petrobras tem alguma participação. Em todas estas áreas, exceto uma, quem
descobre o petróleo tem a sua posse e só precisa pagar alguns tributos em
dinheiro.
Apesar de
correr o risco de cansar o leitor, analiso de maneira exaustiva a atuação das
empresas estrangeiras em comparação com a Petrobras, porque o tema é relevante.
Elas não compram plataformas no Brasil, quase não empregam nacionais, não
contratam engenharia no país, não encomendam desenvolvimentos tecnológicos
aqui, têm menos preocupação com relação à segurança das instalações e dos que
nelas trabalham. E, com relação à proteção ao meio ambiente, podem produzir de
forma predatória e não se dispõem a executar políticas públicas. Enfim, só vêm
para cá para levar, no tempo mais rápido possível, o petróleo nacional e deixar
aqui só os tributos que são exigidos.
Em torno de 10%
do petróleo brasileiro já auditado, cerca de 17 bilhões de barris, não
pertencem mais ao Brasil e, sim, a empresas estrangeiras, que irão levá-los
para o exterior, assim que forem retirados do subsolo. Nenhuma das empresas
estrangeiras quer abastecer o país, à medida que nenhuma delas constrói
refinaria aqui. Técnicos afirmam que a Petrobras já descobriu, no pré-sal, 60
bilhões de barris, que ainda não foram auditados. Contudo, ela não está sozinha
na maioria destes campos. Por exemplo, em Carioca, ela detém só 45% do campo e,
em Iara, só 65%. Estima-se que 40% das descobertas feitas pela Petrobras no
pré-sal, em torno de 24 bilhões de barris, também não pertencem mais ao Brasil.
No entanto, a
caixa de maldades de Pandora não tem só estas desgraças. Os possíveis danos causados
pelas empresas estrangeiras, que atuam no mundo todo, são ainda maiores. Para
tanto, basta ver o “curriculum vitae” destas empresas no último século. Já
mantiveram governos corruptos, depuseram outros que não satisfizeram seus
interesses, financiaram ditaduras opressoras de povos, foram responsáveis por
guerras civis dentro de países, como, na Nigéria, com um milhão de mortos e, no
Sudão, com um e meio milhão de mortos. Elas nunca tiveram compromisso algum com
as sociedades dos países onde atuaram, produziram petróleo com pouca
preocupação com a segurança, de forma a minimizar os custos, porém causando,
muitas vezes, catástrofes ambientais e sociais.
O passado nada
glorioso delas na Nigéria, no Gabão, no Sudão, na Líbia, no Iraque, no Irã, na
Arábia Saudita, no Cáucaso, na Ásia Central, na Venezuela e em outros países e
regiões, além da tentativa de se apropriar do petróleo russo, é contado em
detalhes, com depoimentos de conhecedores dos fatos, em quatro vídeos da série
intitulada: “O Segredo das Sete Irmãs – A Vergonhosa História do Petróleo”.
Eles podem ser encontrados em mais de um site na internet, como, por
exemplo, em: http://www.youtube.com/watch?v=jQYK3ttfVaw&list=PL65E3B3A3DC9AEBD0&index=1
Os responsáveis
pelos vídeos são Frédéric Tonolli e Arnaud Hamelin. Cada vídeo é de
aproximadamente 50 minutos, mas vale a pena assistir, até mesmo para se
conhecer a caixa de Pandora que foi aberta, aos poucos, no Brasil, desde 1995.
Hoje, já estão aqui todas as empresas citadas nos vídeos, como Chevron, Exxon,
Shell, BP, Total, as chinesas e outras.
Porém, o tempo
é outro e o Brasil está, hoje, em um estágio de desenvolvimento político
diferente da maioria destes países. Mas o método para obtenção de petróleo e
lucro destas empresas não mudou. Certamente, elas atuam em cartel e com seus
países de origem dando total apoio às suas pretensões, o que inclui as mais
baixas pressões. Não me espantaria ao ser informado que elas chegam a
“capturar” órgãos do Estado brasileiro.
No entanto,
grandes inocentes, existentes na imprensa de esquerda, acreditam na
concorrência perfeita entre estas empresas e nas boas intenções das mesmas,
como investir com máxima segurança para evitar acidentes e danos ambientais,
mesmo que isto diminua o lucro. Ou a boa intenção de retirar o petróleo de um
campo à taxa máxima de recuperação do petróleo, mesmo que esta taxa signifique
redução da lucratividade.
Blog do autor: http://www.paulometri.blogspot.com.br/
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