Planejamento Estratégico - Médico Digital – o supermédico - a
probabilidade de sucesso
No Projeto da (Usina
Hidrelétrica Governador Ney Aminthas de Barros Braga) na Copel tivemos a
oportunidade de comprar 1,145milhões de dólares em equipamentos de laboratório
só na área elétrica (início da década de oitenta), fora o que se adquiriu para
a área civil (de onde criamos o (LAME) , hoje incorporado ao
(LACTEC -
Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento) ) no fechamento das
obras de Segredo em 1994.
Felizmente, tendo formação especial após mestrado na (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA) e gerenciando uma
área de alta tecnologia pudemos aproveitar bem o que chegou à nossa
responsabilidade: gastar essa verba integral da obra e Segredo para
equipamentos de testes, medidas e laboratório de última geração e com propósito
específico.
Antes, em 1972 o mestrado na UFSC em Sistemas de Potência
estava dentro de um programa da (Eletrobras - Centrais Elétricas Brasileiras S.A. ) [1]
para formação de profissionais para a nova era do Setor Elétrico, viabilizada
por decisões ousadas e estratégicas do Governo Militar.
Tudo isso criou condições para a criação de grandes concessionárias
dedicadas a serviços essenciais e de apoio à indústria e à agroindústria (com
destaque (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) [2],
ambiente de inovação, pesquisa e trabalhos a favor do Brasil), absolutamente
necessárias e inexistentes (ou tateando caminhos com raras exceções, (A Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG,) como referência
especial) até a década de setenta.
Felizmente os militares esqueceram a mídia comercial e
lobistas de concessionárias estrangeiras ancoradas no Brasil antes de 1964.
Pagam caro esta ousadia.
Já naquela época algumas empresas estatais brasileiras davam
um show, ilustrando a importância da diretriz nacionalista e a preocupação com
a racionalidade, algo perdido quando o Governo Militar se deixou influenciar
demais pelas grandes empreiteiras e a simples e pura desonestidade intelectual
e, ou, material.
Visão estratégica de Brasil? Isso era algo que existia nas
escolas militares, as civis mal e porcamente conseguiam encontrar postos de
trabalho para seus alunos num Brasil que se perdeu em firulas ideológicas.
Em 1968, maravilha, o Brasil retomava seu crescimento, assim
ganhamos oportunidades de trabalho que nossa turma de formatura ( (Cascaes,
Turma Engenheiros EFEI 1968 ) ) aproveitou muito
bem.
Grandes empresas estrangeiras deixavam para a matriz de suas
corporações a decisão de onde (laboratórios, pesquisas, escolas) e quem
trabalharia no Brasil. As estatais desse Brasil tropical quebraram a espinha de
uma dominação técnica e estrutural que imperava aqui.
Paralelamente a Humanidade iniciava uma trilha de
desenvolvimento extraordinário, subproduto da Segunda Guerra Mundial (até
tragédias monumentais têm efeitos positivos, desde que a Humanidade não
desapareça).
Isso gerou a COPEL empreendedora e turbinada por excelentes
presidentes e governadores lúcidos e honestos, acima de tudo nacionalistas.
Engenheiros novos na década de sessenta e setenta, vivenciamos,
neste cenário, oportunidades de extremo valor.
Na COPEL, início da década de oitenta do século passado,
graças à digitalização de informações via transdutores e usando pequenos
computadores portáteis (novidades fantásticas à época), uma excelente equipe
produziu softwares de análise de ensaios, reduzindo de meses para alguns dias a
análise e liberação à operação da Usina de Segredo.
Na área de Sistemas de Potência excelentes programas foram
criados para simulação do Sistema Interligado, viabilizando análises
impensáveis com pequenos computadores de mesa (PC) e a possibilidade de
integração e operação do SIN (O que é o SIN - Sistema Interligado Nacional) .
Muito do que se fez talvez agora seja de uso exclusivo de
empresas de consultoria e multinacionais, não temos uma política eficaz de
apropriação nacional de tecnologia; a privatização das concessionárias e o
desmonte das empresas integradas foi um tremendo “equívoco” estratégico em
muitos sentidos, assim como a infiltração da politicagem nas estatais.
Em nossa “democracia relativa” estamos à mercê de grandes
grupos econômicos, neutros, insensíveis aos problemas brasileiros.
Os engenheiros deram espaço a “administradores e
economistas” a serviço de grandes grupos econômicos e políticos e a cabos
eleitorais com muita experiência em “bajulação” de lideranças políticas e
empresariais.
Envelhecemos, sentimos nesse período
da vida de forma aguda a necessidade de bons serviços clínicos, médicos. Aí tudo
o que aprendemos em manutenção serve, afinal somos máquinas sofisticadíssimas.
E a Saúde? Qual é a
esperança de idosos, pessoas com doenças graves, PcD etc.?
A evolução da Farmacologia, da Medicina, da Tecnologia de
Exames etc. poderá garantir dentro de poucos anos uma assistência clínica
inimaginável a qualquer ser humano, inclusive em atendimentos a distância (o
que já deveria existir no Brasil, um país de dimensões continentais),
simplesmente automatizando-se e organizando informações desde o nascimento até
o final da vida das pessoas e alimentando sistemas de processamento de dados
automaticamente com especialistas, bons especialistas monitorando informações e
expedindo orientações e autorizando serviços.
Mais ainda, a velocidade de diagnósticos será maior, o custo
tendendo a valores irrisórios e a confiabilidade da assistência médica
muitíssimo maior, tudo com a facilitação dos diagnósticos via internet, ou seja,
viabilizando a universalização do atendimento médico.
Com certeza uma nova geração de profissionais na Medicina
será criada para a operação desses sistemas.
Atualmente a situação de qualquer cidadão poderá (para quem
entende de cálculo de probabilidades e disponha de estatísticas) ser calculada
a partir da situação financeira da pessoa adoentada (PA). A probabilidade de
uma PA (sigla ajuda) poder encontrar um bom médico é muito baixa se não for
poderosa e/ou rica. Essa escala de valores é quase zero para gente humilde,
pobre, indo a níveis razoáveis se o
cliente de clínicas e hospitais for rico (ou poderoso) e puder chegar a um bom
centro médico em tempo hábil.
A probabilidade medida ou estimada (para simplificar as
contas, valendo entre zero e um; indo da escala de zero (0.0) impossibilidade
total a um (1.0) sucesso total (o número de zeros após a vírgula é um indicador
de precisão da amostragem) o valor provável de sucesso em cada etapa) pode e
deve ser usada para cálculo da probabilidade de cura ou morte.
O primeiro degrau (PD1) assusta e é de fácil compreensão.
Sendo principalmente função da situação financeira do cliente com certeza será
muito baixo para a imensa população do Brasil e do resto do Mundo, atualmente.
O segundo fator (PD2), considerando que são eventos
independentes, é o médico acertar o diagnóstico, mais uma vez na escala de zero
a um; depende do tempo disponível por consulta e da qualidade dos exames. Com
certeza esse fator é função brutal da importância social, política e financeira
do paciente, isso sem esquecer a simpatia do doentinho(a).
Podemos acrescentar um terceiro fator (PD3) que será a
qualidade e disciplina do tratamento externo ao consultório médico. Se depender
de cirurgias a degradação do PD3 será agravada por muitos fatores de risco.
Assim, de forma ultra simplificada chegaremos a uma conta
onde o sucesso será igual a PD1 vezes PD2 vezes PD3 vezes 100 para termos em
percentagem o final, a probabilidade (PCeS) de tudo se resolver nos limites da
Ciência e curar a doença do paciente, que por sua vez merece um PDp que poderá
ser estimado em função da idade e outros fatores sociais, história clínica etc.
A equação: PD1 x PD2 x PD3 x PDp = PCeS (probabilidade de
cura e de sobrevivência) é viável e o IBGE ajudaria muito se fosse desafiado a
tanto.
O PCeS merece detalhamentos que os especialistas saberão
fazer melhor que o engenheiro que escreve esse longo artigo, mas que é
calculável grosseiramente por simples avaliações estatísticas nunca realizadas
(ou divulgadas amplamente), pois, talvez, ofenderiam corporações poderosas.
O programa (Programa
Mais Médicos)
abriu a ferida e demonstra de forma assustadora, ao longo da polêmica criada,
que no Brasil a situação é gravíssima em função da péssima distribuição de
médicos, enfermeiros, laboratórios, hospitais etc. e da incompetência crônica
na área da Saúde.
Precariedade de infraestrutura em geral não é novidade, é
assunto que desmoraliza o Brasil, tema devidamente empurrado para baixo do
tapete verde das arenas da FIFA. Pão e circo, fórmula infalível de sustentação
de nossa incompetência.
Uma esperança radiosa, maravilhosa está na evolução dos
computadores, sistemas de TI e outras siglas tão amadas pelos profissionais de
Informática e da Medicina moderna.
O conhecimento humano, a Ciência e a Tecnologia há muito
ultrapassaram a capacidade de um grupo de gênios analisarem, decidirem,
gerenciarem, mas nada é impossível a sistemas de processamento de dados viáveis
neste início de século 21. Quando se torna possível “arapongar” tudo, até
monitorar todas as mensagens via internet (vide (Agência de Segurança Nacional, 2013) ), ganhamos a certeza
de que também é possível salvar vidas com os melhores recursos existentes de
processamento de dados e de exercício de profissões necessárias à vida humana.
Pesquisas indicam que os supercomputadores do século 21 (Cascaes, A
formação do Engenheiro e ser Engenheiro) serão capazes de
processar todo o conhecimento humano rapidamente, ou seja, a Medicina será um
detalhe nesse universo de aplicações.
Podemos, assim, sonhar que pelo menos nossos descendentes
mais próximos viverão muito mais, com grande probabilidade de aproveitar ao
máximo o conhecimento humano na área da Saúde, isso se as corporações não se
prepararem para travar a utilização da Ciência a favor do povo em geral.
O terrorismo criado diante de qualquer insucesso sempre será
uma arma a favor de fabricantes de remédios e tratamentos de acesso caro...
Em tempo, no congresso do (CONFEA) em Cuiabá há três ou
quatro anos foi dito e repetido que as surpresas tecnológicas não vão demorar
muito (A formação do Engenheiro e ser Engenheiro) , viabilizando novos
serviços e profissões. As antigas precisarão de imensas reciclagens.
Essencial, menos caro e mais humano
é a prevenção.
Para isso torna-se fundamental a reurbanização de cidades
mal construídas, a inibição de condições de risco, a educação. Os idosos e
milhões de pessoas com sequelas de acidentes e vícios agressivos poderão, uma a
uma, contar histórias a respeito do momento em que se tornaram dependentes de
tratamentos. Se isso fosse possível teríamos uma coleção impressionante de
fatos e dados de inconsequência ao longo da vida de cada cidadão desse mundo
alienado.
Tudo o que dissemos nessas linhas significa a necessidade de
boas administrações em todos os níveis e do aprimoramento de nossas
instituições, famílias e ambientes sociais.
No século 21, diante da convicção de que inúmeros hábitos
consumistas e de desenvolvimento devem ser modificados substancialmente, será
extremamente importante rever estratégias de desenvolvimento e sobrevivência. Infinitamente
mais importante do que expor o Brasil a aventuras submarinas ( (Cascaes,
Mirante da Sustentabilidade e Meio Ambiente) ) ou basear seu
crescimento em montadoras de automóveis, inacreditavelmente subsidiadas por
prefeituras e estados que depois se desesperam para a viabilização da explosão
populacional, é fundamental rever e
refazer planos estratégicos de desenvolvimento, lastreados em premissas
objetivas e saudáveis ao nosso povo.
O que falta, sabendo e tendo convicções sobre a importância
da sustentabilidade do ser humano, é vontade e decisão de mudar a favor de uma
vida melhor e mais saudável (Concluindo - O QUE FALTA É GESTO, 2013) .
Prevenir é melhor do que remediar.
A saúde de todos nós depende de ações e decisões ousadas,
inovadoras.
Que o Programa (Programa Mais Médicos) seja o início de uma
visão honesta e objetiva da realidade brasileira.
Cascaes
21.11.2013
(s.d.). Fonte: CONFEA: http://www.confea.org.br/
A Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG,. (s.d.). Fonte: CEMIG:
http://www.cemig.com.br/pt-br/Paginas/homepage.aspx
Agência de Segurança Nacional. (2013). Agência de
Segurança Nacional. Fonte: Wikipédia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ag%C3%AAncia_de_Seguran%C3%A7a_Nacional
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Mirante da
Sustentabilidade e Meio Ambiente: http://mirantedefesacivil.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). A formação do Engenheiro e
ser Engenheiro. Fonte: A formação do Engenheiro e ser Engenheiro:
http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Turma Engenheiros EFEI 1968 .
Fonte: Turma Engenheiros EFEI 1968 : http://engenheirosefei68.blogspot.com.br/
Eletrobras - Centrais Elétricas Brasileiras S.A. . (s.d.). Fonte: ELETROBRAS:
http://www.eletrobras.com/elb/data/Pages/LUMIS293E16C4PTBRIE.htm
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (s.d.). Fonte: Wikipédia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_Brasileira_de_Pesquisa_Agropecu%C3%A1ria
LACTEC - Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento. (s.d.). Fonte:
LACTEC: http://www.lactec.org.br/pt/
LAME.
(s.d.). Fonte: LACTEC:
http://www.lactec.org.br/pt/?page=instituto&opcsection=101&opccat=191
O que é o SIN - Sistema Interligado Nacional. (s.d.). Fonte: ONS:
http://www.ons.org.br/conheca_sistema/o_que_e_sin.aspx
Pinheiro, A. (10 de 2013). Concluindo - O QUE FALTA
É GESTO. Fonte: Bike Way by the World Exemplos, modelos para todos:
http://worldbikeway.blogspot.com.br/2013/11/concluindo-o-que-falta-e-gesto.html
Programa Mais Médicos. (s.d.). Fonte: Portal da Saúde:
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/area/417/mais-medicos.html
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. (s.d.). Fonte: UFSC: http://ufsc.br/
Usina Hidrelétrica Governador Ney Aminthas de Barros
Braga. (s.d.). Fonte: Wikipédia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Hidrel%C3%A9trica_Governador_Ney_Aminthas_de_Barros_Braga
[1] A Eletrobras - Centrais
Elétricas Brasileiras S.A. é uma sociedade de economia mista e de
capital aberto sob controle acionário do Governo Federal brasileiro e
atua como uma holding, dividida em geração, transmissão e distribuição.
Criada em 1962 para coordenar todas as empresas do
setor elétrico.
A reestruturação do setor na década de 1990 reduziu as
responsabilidades da empresa, com a criação daANEEL, do ONS, da CCEE e da EPE. Seu atual presidente é o
engenheiro José da Costa Carvalho Neto.
[2] A Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) é uma instituição
pública de pesquisa vinculada aoMinistério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Criada em 26 de abril de 1973, tem como objetivo
o desenvolvimento de tecnologias, conhecimentos e informações
técnico-científicas voltadas para a agricultura e
apecuária brasileira.
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