O Brasil aproveitou muito mal alguns anos de bonança recentes;
perdeu oportunidades incríveis e abraçou projetos e figurinos que lhe eram
hostis. A marola criada por gangsteres do mercado financeiro[1]penalizou
o mundo sem exércitos (1) e por aqui outros
usaram e abusaram da ingenuidade de nossos gestores sociais e econômicos (2) . Quando da crise de
2007 muitas empresas no Brasil revelaram esquemas malditos contra o nosso povo,
foram salvas? O resultado é assustador, estamos em situação delicadíssima no
Setor Elétrico (apesar de obras gigantescas em andamento (1) ); grandes portos,
refinarias, aeroportos, etc. serão inaugurados nos próximos cinco anos (2) , talvez projetos com
custos desnecessários (fruto de modelos mercantilistas radicais com afetação
política da pior espécie e talvez com os adicionais clássicos da corrupção),
mas estruturais, decisivos ao nosso desenvolvimento [ (1) , (2) ,
(3) ].
O Brasil passivamente aceita um padrão de moedas suspeito e
extremamente perigoso e grandes empresas têm se aproveitado desta fragilidade,
algo que ficou evidente nas franjas das marolas [(8) , (9) ,
(10) ].
Por bem ou por mal assinou o Acordo de Basileia, mostrando a outros países como
se comportava um gigante com medo e servil (11) , ou seja, par e
passo fazemos a festa de gente distante de nosso povo.
Vemos, além disso, a irresponsabilidade operacional (6) tendo como exemplo
maior a promoção do consumo de energia quando deveríamos ser cautelosos e vendo
uma cidade gigantesca à beira de um pesadelo por imprevidência, vai faltar água
na capital paulista além de energia elétrica?
E a violência? A Saúde? A educação? O problema não é apenas
no plano federal, na capital do Paraná, outrora motivo de orgulho dos
curitibanos, mostra-se incrivelmente atrapalhada em seus projetos (6) .
O atual Governo Federal iniciou seu mandato prometendo
competência gerencial, mas convergiu
para a pior politicagem criando um bando de ministros até hilários chegando
perto do número temido de quarenta guerreiros da incompetência, com raras e
belas exceções (quais?).
No ziguezague ideológico e estratégico (se isso foi
estratégia) agora voltamos ao colo dos banqueiros. O Governo Federal de plantão
deveria ter usado seu poder para corrigir erros históricos e até constitucionais,
preferiu acreditar nos votos dos analfabetos funcionais para se manter no
Poder, para quê (7) ?
O Brasil é um país que enfrenta uma sina tenebrosa desde a
sua independência. Quiseram fazer de nós o que promoveram na Ásia e África,
optaram por lá, mas introduziram aqui o que lhes interessava, as lógicas do
mercantilismo selvagem e a submissão a banqueiros internacionais, após dívidas
geradas em uma guerra contra o Paraguai, revoluções, levantes, quarteladas etc.
Teorias ideológicas e corporativismo radical fizeram do Brasil um país
sobrevivente por milagre (9) . Esse país
extremamente rico por natureza também viu suas elites escravagistas desprezarem
o povo formado nessas terras, a maior parte com a vinda forçada de escravos.
Não queriam a evolução da mão de obra barata (8) .
Tivemos exceções e ficamos felizes de dizer que vimos muitas
escolas apareceram em nossa cidade, com muito orgulho, afinal Blumenau nasceu e
cresceu graças ao trabalho de seus pioneiros e descendentes. Comparando Santa
Catarina com o resto do Brasil podemos avaliar o estrago que uma cultura
preguiçosa gerou em nossa terra.
Felizmente o Brasil poderá melhorar muito, e muito mesmo.
Graças às redes sociais, acima de tudo, a censura e promoção
de propostas impostas perde força. Nossos jovens não são tão alienados quanto
querem que sejam. Viverão mais, sofrerão muito ainda com os desmandos de nossos
líderes e de outros chefes empresariais, financeiros etc.; a inteligência da
nossa garotada está sendo turbinada, apesar de uma legião de promotores do
atraso intelectual.
O turismo em direção a outros países deve estar criando
comparações nas cabeças mais lúcidas. É um fato novo que terá consequências.
O Brasil está prestes a mudar muito até por efeito da Copa do
Mundo. A polêmica em torno da Fifa é didática. As obras externas às arenas eram
necessárias, e a corrupção poderá ser justiçada. A anarquia técnica e o mau
gerenciamento de obras, lamentavelmente, são fatos decorrentes de leis mal
feitas e equipes despreparadas. Os contrastes poderão ser motivo de patriotadas
dos gringos, mas nós certamente não nos sentiremos felizes em mostrar esse
Brasil miserável que ainda existe.
Com certeza adiante alguma atitude maior será necessária,
pois assim como os brasileiros preocupados com o futuro de sua Pátria sonham
com um mundo melhor aqui os bandidos com todo tipo de figurino também evoluem
aproveitando instituições desenvolvidas a seu favor. De alguma forma algo mais
enérgico deverá acontecer, junho de 2013 foi um sinal de vida que não poderá
desaparecer e tudo indica existir vigor latente entre os jovens mais lúcidos.
O ser humano é frágil e nada melhor do que ler e ouvir (agora
via youtube encontramos lições fantásticas e filmes técnicos estão sendo
produzidos) as últimas gerações de grandes filósofos, sociólogos e
historiadores, principalmente[ (9) , (10) , (11) , (12) ,
(13) , (14) , (15) ,
(16) ,
(17) ,
(18) , (19) ,
(20) , (21) , (22) , (23) etc.]. À medida que
debatem o ser humano e a preocupação com a vida terrena sentimos que temos um
tremendo potencial para o bem ou para o mal, seja lá o que isso for.
Estamos num corredor polonês[2]
em relação às próximas eleições. Habilmente os partidos políticos manobraram espertamente
para que nada mudasse e os maiores níveis do Poder Judiciário prendem-se ao
formalismo para proteger o que existe de pior e em condições de pagar boas
bancas de advogados. Infelizmente os “Supremos” e alguns tribunais são formados
por alianças entre o Poder Executivo e o Legislativo, desprezando o Poder Judiciário...
Falamos muito da mercantilização de outras profissões, nada pior, contudo, do
que sentir que a Justiça é sensível ao poder. O formalismo jurídico é um sinal
de preguiça mental ou de outras vontades, talvez impublicáveis. Novidade? De
modo algum e vale a leitura e estudo das obras de Michel Foucault e seus
analistas para entender que as verdades são o produto do poder. O povo não
atingiu em nenhum lugar do mundo, ou melhor, o ser humano, o nível de
racionalidade necessário e suficiente para a solução de problemas clássicos
tais como o nacionalismo radical, a xenofobia, o racismo, o fundamentalismo
religioso, a elitização da sociedade, a defesa enérgica dos poderosos, as
certezas absolutas, o poder político excessivo e até (pasmem!) o fanatismo esportivo.
É bom lembrar que toda a cultura humana foi construída com
pessoas que viveram pouco e se alguns pensadores atingiram a longevidade seus
alunos de modo geral não, ao contrário, acabaram se transformando em
profissionais de ideias que não entendiam plenamente, mas eram extremamente
convenientes a seus poderes. Nossos filhos, netos, bisnetos etc. poderão viver
muito. Começam a vida em festas, baladas, “curtições”, afinal estão entupidos
de hormônios, mas se viverem o tempo que a Ciência diz que terão com vitalidade
cansarão das futilidades e poderão pensar mais, produzindo soluções para uma
vida melhor.
A Humanidade precisa demais da boa Engenharia, Medicina,
Urbanismo, Sociologia, Filosofia, Pedagogia, Juristas, etc. e de bons
planejadores e de gente que tenha mais atenção com o seu povo do que com o
tempo de mídia e da formação de bases e riquezas podres.
O ser humano é o que é e é muito importante aprender a ser
feliz. A alegria de viver é importantíssima [ (24)
e (25) ].
O orgulho de ser especial, contudo, cria uma satisfação diferente, não
artificial. É difícil de explicar, mas o homem ou a mulher medíocre sofre de
tristezas crônicas ou, como acontece na Natureza, vive por viver, talvez
causando invejas naqueles que não conseguem ser tão alegres com tantas
besteiras.
O egoísmo, contudo, cobra um preço elevadíssimo quando a vida
chega ao final. Aí normalmente falta tempo para rezar e pagar tantas
penitências, a consciência aflora numa contabilidade cruel.
E o Brasil?
Com certeza precisamos mudar muito. Talvez os grandes
partidos sofram revezes educativos. Lideranças tranquilas poderão acordar sem
votos. Essa é a vingança que podemos exercer ao final deste ano que promete
situações extremas até seu final, boas ou más, tudo dependerá de São Pedro e de
nossa seleção de futebol.
Em tempo, a leitura do artigo (26)
“De dia vai faltar água, de noite vai faltar luz” é imperdível.
Cascaes
27.4.2014
1. Ferguson, Charles. Trabalho Interno. Livros
e Filmes Especiais. [Online] 2010.
http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2012/01/trabalho-interno.html.
2. VINICIUS SASSINE,
DANILO FARIELLO. TCU vê indício de perdas para BNDES com Eike. O Globo
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http://oglobo.globo.com/economia/tcu-ve-indicio-de-perdas-para-bndes-com-eike-10930118.
3. Um momento de
revolta contra a irresponsabilidade de quem manda no Setor Elétrico . A
formação do Engenheiro e ser Engenheiro. [Online] 26 de 4 de 2014.
http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com.br/2014/04/um-momento-de-revolta-contra.html.
4. O Grande Brasil que
teremos em breve. Quixotando. [Online] 4 de 2014.
http://www.joaocarloscascaes.com/2014/04/o-grande-brasil-que-teremos-em-breve.html.
5. Benayon, Adriano.
As Fontes da Dívida brasileira. Engenharia - Economia - Educação e Brasil . [Online]
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6. —. Finanças e (sub)desenvolvimento.
Engenharia - Economia - Educação e Brasil . [Online] 15 de 4 de 2014.
http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com.br/2014/04/financas-e-subdesenvolvimento.html.
7. —. O estratégico
nióbio e a política suspeita via Lei Kandir e preços duvidosos de
contabilização - a desnacionalização do Brasil. Engenharia - Economia -
Educação e Brasil . [Online] 11 de 2013.
http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com.br/2013/11/o-estrategico-niobio-e-politica.html.
8. rossi, Pedro.
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9. Rossi, Pedro.
Krugman e os impactos da política monetária americana no Brasil. Jornal do
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10. DERIVATIVOS E
GOVERNANÇA CORPORATIVA - O CASO SADIA – CORRIGINDO O QUE NÃO FUNCIONOU. PUC.
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12. Ilumina -
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http://www.ilumina.org.br/.
13. Anarquia técnica -
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Viaduto Estaiado - Brasil. A formação do Engenheiro e ser Engenheiro. [Online]
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Sen. Cristovam Buarque - sugestões - falta querer - metas - Lula e ironia - o
ganho com a alfabetização - o faz de conta - reforma radical - o vício do
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15. Gomes,
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19. [org.], Frédéric
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s.l. : Parábola Editorial. ISBN 85-88456-25-7.
20. Candiotto,
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Domenico De Masi - Organização e Introdução.
22. Russell,
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23. Hobsbawm, Eric.
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30. Yalon, Irvin D.
O Enigma de Espinosa. [trad.] Maria Helena Rouanet. Rio de
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32. Luc Ferry. Wikipédia.
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33. Ferry, Luc. Aprender
a Viver - Filosofia para os novos tempos. [trad.] Vera Lúcia dos Reis. Rio
de Janeiro : Objetiva, 2006. Tradução de: Apprendre à vivre - Traité de
Philosophie à l'usage des jeunes générations. ISBN 978-85-390-0105-7.
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De dia vai faltar água, de noite vai faltar luz. Estadão/Opinião. [Online]
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http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,de-dia-vai-faltar-agua-de-noite-vai-faltar-luz,1151264,0.htm.
35. Hobsbawm, Eric.
Era dos Extremos. [trad.] Maria Célia Paoli Marcos Santarrita.
s.l. : Companhia das Letras, 1998.
36. Baruch de Espinoza.
Wikipédia. [Online] http://pt.wikipedia.org/wiki/Baruch_Espinoza.
37. Rossi, Pedro.
O MERCADO INTERNACIONAL DE MOEDAS, O CARRY TRADE E AS TAXAS DE CÂMBIO. [Online]
UNICAMP / INSTITUTO DE ECONOMIA, 10 de 2010.
http://www.iececon.net/arquivos/O_mercado_internacional_de_moedas.pdf.
[1] Merece ser
visto - Trabalho interno é um documentário de
2010 acerca da crise financeira global de 2007-2012 dirigida por Charles
H. Ferguson. O filme é descrito por
Ferguson como sendo sobre "a corrupção sistêmica dos Estados Unidos pela
indústria de serviços financeiros e as consequências da corrupção sistêmica."
Em cinco partes, o filme
explora como as mudanças no ambiente político e as práticas bancárias ajudaram a
criar a crise financeira. Trabalho Interno foi então bem
recebido pela crítica que louvou seu ritmo, pesquisa e exposição de material
complexo.
Foi exibido no Festival de Cannes de 2010 em maio e ganhou o Oscar de
melhor documentário de 2011.
Contou com entrevistas de George Soros, Barney Frank, Lee Hsien Loong,Christine
Lagarde, Eliot Spitzer, Dominique
Strauss-Kahn, entre outros. Wikipédia
[2] Expressão popular – fonte Wikipédia - Corredor
polonês é o nome popular dado a uma passagem estreita formada por duas
fileiras de pessoas alinhadas lado a lado, todas voltadas para o centro. O
objetivo é maltratar, seja com pancadas ou com o uso de porretes ou arma
branca, quem é forçado cruzar a passagem, como forma de represália a alguém que
se posiciona contrário a certo ideal ou pessoa.
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