segunda-feira, 12 de maio de 2014

Just off Time

Estoques “just off time”
Houve tempo que o discurso era reduzir custos de almoxarifado/logística com atendimento “just in time”[1] de fornecedores distantes, mas em condições de aproveitar os sistemas de transporte eficazes. Com certeza era e é uma estratégia inteligente se usada em países onde isso não sirva de desculpa para atendimentos sem pressa, sob a desculpa de que a peça ainda não chegou.
Principalmente as montadoras multinacionais de qualquer coisa têm no Brasil um ambiente hostil a lógicas de logística racional, pois aqui a burocracia e sistemas operacionais são imprevisíveis, sem falar de leis, decretos, normas, regulamentos etc. em constante mutação. Dificuldades viabilizam outros ganhos...
A decisão de realizar a Copa do Mundo e as próximas Olimpíadas em nosso país estão se transformando em vexame internacional. Nossos governantes esqueceram o cipoal burocrático, leis mal regulamentadas, burocratas ineptos etc. além das espertezas daqueles que lucram com os atrasos.
O pesadelo vai de grandes empresas a questões elementares como o atendimento de oficinas de veículos e equipamentos importados. Uma bateria de um PC pode demorar mais do que imaginamos e um carro quase enferrujar estacionado em alguma oficina esperando peça(s). Os casos relatados por amigos e conhecidos beiram o absurdo.
Quando o Brasil quebrou e a reserva de mercado imperava éramos, na Copel, obrigados a ter estoques imensos de peças para tudo, de máquinas a aparelhos meio sofisticados. Isso custava caro, mas era imprescindível numa empresa com responsabilidade estratégica, uma companhia de energia.
Será que devemos voltar aos tempos dos almoxarifados cheios de peças passíveis de utilização?
Os custos financeiros no Brasil são estratosféricos. Erros de logística pesam no preço e sucesso de qualquer produto. Isso não incomoda nossos caciques federais?
Parece que estamos trocando “just in time” por “jus off time”, será razoável?
Temos legisladores que gastam tempo incrível debatendo firulas, quando se debruçarão sobre as necessidades concretas, simples e importantes?
O pesadelo é muito grande para pequenas empresas, pessoas e famílias sem o prestígio dos maiores. Podem esperar, que esperem.
O que impressiona é a capacidade de nossas instituições públicas e privadas gastarem tempos infinitos debatendo questões secundárias. Temos problemas colossais e os temas de moda não são os essenciais, os prioritários.
A dengue já se incorporou ao nosso modo de viver, a violência dá manchetes, gasta tempo de telejornais, a corrupção já deu mais ibope etc., agora parece que o foco é liberar a maconha.
Talvez os viciados em drogas tenham razão, para aguentar tanta incompetência uma compensação e “relaxar e gozar”, como disse uma ex-ministra, e aproveitar um baseado ou coisa parecida para facilitar a alienação.
Cascaes
12.5.2014






[1] Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e os custos decorrentes. O just in time é o principal pilar do Sistema Toyota de Produção ou produção enxuta.
Com este sistema, o produto ou matéria prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessário. Os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados.
O conceito desse sistema está relacionado ao de produção por demanda, onde primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria prima e posteriormente fabricá-lo ou montá-lo.
Nas fábricas onde está implementado, o stock de matérias primas é mínimo e suficiente para poucas horas de produção. Para que isto seja possível, os fornecedores devem ser treinados, capacitados e conectados para que possam fazer entregas de pequenos lotes na frequência desejada.
A redução do número de fornecedores para o mínimo possível é um dos fatores que mais contribui para alcançar os potenciais benefícios da política just in time. Esta redução, gera, porém, vulnerabilidade em eventuais problemas de fornecimento, já que fornecedores alternativos foram excluídos. A melhor maneira de prevenir esta situação é selecionar cuidadosamente os fornecedores e arranjar uma forma de proporcionar credibilidade dos mesmos de modo a assegurar a qualidade e confiabilidade do fornecimento (Cheng et. al., 1996, p. 106). Um dos casos em que esta redução trouxe resultados negativos foi depois do terremoto que devastou o Japão em março de 2011, quando muitas indústrias (inclusive as montadoras da Toyota) ficaram sem fornecimento de matérias-primas por meses, afetando também a produção em outras plantas ao redor do mundo.1 Os grandes fornecedores da montadora também compravam suas matérias-primas de poucos pequenos fornecedores, o que contribuiu para que toda a cadeia de suprimentos ficasse concentrada na dependência de poucas fábricas, agravando ainda mais o problema neste episódio do Japão.
As modernas fábricas de automóveis são construídas em condomínios industriais, onde os fornecedores just in time estão a poucos metros e fazem entregas de pequenos lotes na mesma frequência da produção da montadora, criando um fluxo contínuo.
O sistema de produção adapta-se mais facilmente às montadoras de produtos onde a demanda de peças é relativamente previsível e constante, sem grandes oscilações.
Uma das ferramentas que contribui para um melhor funcionamento do sistema Just in Time é o Kanban.
Wikipédia

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