A responsabilidade dos engenheiros, suas empresas e
corporações
Em 6 de dezembro de 2014 encerrou-se de forma festiva e com
a entrega de prêmios (concurso de fotografias) e honrarias a personalidades de
destaque na Engenharia mais uma Semana da Engenharia no Instituto de Engenharia
do Paraná. Os discursos e as lembranças do que foram esses dias de palestras e
presenças ilustres em Curitiba coincidiram com o quase final do inquérito
decorrente da Operação Lava Jato.
Tudo o que aconteceu em 2014 merece ações enérgicas,
mudanças drásticas de comportamento e o desalento de ver que, graças ao foco
sobre as eleições, o futebol e a FIFA nossos governantes esqueceram os serviços
essenciais, por exemplo.
O engenheiro é o peão, o artífice, o fiscal de obras, onde
estavam durante essas últimas décadas?
Nas redes sociais e em emails offrecord vimos, lemos,
ouvimos e sentimos muito ódio contra os políticos; teriam chegado a esse ponto
de degradação se nossos sindicatos, institutos, conselhos etc. houvessem agido
com patriotismo e respeito ao contribuinte e ao povo em geral?
Os bodes expiatórios apareceram, até lógicas racistas
ressurgiram ocultas e explícitas; mas onde estavam o amor ao Brasil e seus
habitantes durante esses anos de desgoverno?
Algo repugnante ou colocado de forma infantil foi a coleção
de ofensas e os rituais que ressurgiram nesse ano de 2014. Quantos, tão
convictos agora de que muitas entidades abusavam da desonestidade, se
dispuseram a procurar entidades feitas para fiscalizar, auditar e punir más
empreiteiras? Registraram alguma queixa? Manifestaram-se em tempo hábil, sendo
que podiam apontar detalhes do que a imprensa agora mostra diariamente?
Maravilhosamente a Polícia Federal estava atuando e alguns
setores do Poder Judiciário esperando inquéritos, atentos, acima de tudo, a
decisões dolosas que pareciam existir nessa barafunda que se transformou o
governo em todos os níveis da federação.
Naturalmente devemos louvar engenheiros excepcionais, deram
ao lado de muitos outros, incógnitos porque não mereceram a atenção de quem
manda nas corporações existentes, contribuições importantes ao Brasil.
Ao lado da Matemática, Física, Química, tecnologias e
capacidade de gerenciamento de muitos profissionais precisamos ter, contudo, amor
à Pátria.
O Brasil precisa mudar.
O Poder Judiciário tem condições de aplicar corretivos
monumentais. É, contudo, muito triste ver empresas desmoralizadas e
profissionais de destaque atrás das grades como estamos olhando diariamente nos
noticiários televisivos. Infelizmente erraram feio, e agora? Continuamos
precisando de obras e serviços essenciais...
Semana da Engenharia, será que as próximas serão realmente
festivas e honrosas?
A expectativa é grande, até porque conhecemos inúmeros
profissionais sérios que lutam desesperadamente para ter oportunidades em
grandes obras e projetos.
O sobre preço cobrado certamente não foi repassado a subempreiteiras
e aos profissionais de baixo escalão dessas empresas apontadas pelo Lava Jato.
A degradação de obras pode ter sido algo feito sem restrições, afinal tinham a
cobertura de políticos influentes, ao que parece.
Concluímos extremamente preocupados com tudo o que foi
feito, construído, projetado e lamentando o padrão gerencial dos serviços
essenciais, degradados e caríssimos.
Será difícil recuperar o tempo perdido e a normalidade
deteriorada pela incompetência de lideranças estratégicas.
Como nossos líderes corporativos e institucionais corrigirão
erros monumentais desses tempos recentes?
Cascaes
7.12.2014
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