domingo, 7 de dezembro de 2014

Um desafio para os engenheiros

A responsabilidade dos engenheiros, suas empresas e corporações
Em 6 de dezembro de 2014 encerrou-se de forma festiva e com a entrega de prêmios (concurso de fotografias) e honrarias a personalidades de destaque na Engenharia mais uma Semana da Engenharia no Instituto de Engenharia do Paraná. Os discursos e as lembranças do que foram esses dias de palestras e presenças ilustres em Curitiba coincidiram com o quase final do inquérito decorrente da Operação Lava Jato.
Tudo o que aconteceu em 2014 merece ações enérgicas, mudanças drásticas de comportamento e o desalento de ver que, graças ao foco sobre as eleições, o futebol e a FIFA nossos governantes esqueceram os serviços essenciais, por exemplo.
O engenheiro é o peão, o artífice, o fiscal de obras, onde estavam durante essas últimas décadas?
Nas redes sociais e em emails offrecord vimos, lemos, ouvimos e sentimos muito ódio contra os políticos; teriam chegado a esse ponto de degradação se nossos sindicatos, institutos, conselhos etc. houvessem agido com patriotismo e respeito ao contribuinte e ao povo em geral?
Os bodes expiatórios apareceram, até lógicas racistas ressurgiram ocultas e explícitas; mas onde estavam o amor ao Brasil e seus habitantes durante esses anos de desgoverno?
Algo repugnante ou colocado de forma infantil foi a coleção de ofensas e os rituais que ressurgiram nesse ano de 2014. Quantos, tão convictos agora de que muitas entidades abusavam da desonestidade, se dispuseram a procurar entidades feitas para fiscalizar, auditar e punir más empreiteiras? Registraram alguma queixa? Manifestaram-se em tempo hábil, sendo que podiam apontar detalhes do que a imprensa agora mostra diariamente?
Maravilhosamente a Polícia Federal estava atuando e alguns setores do Poder Judiciário esperando inquéritos, atentos, acima de tudo, a decisões dolosas que pareciam existir nessa barafunda que se transformou o governo em todos os níveis da federação.
Naturalmente devemos louvar engenheiros excepcionais, deram ao lado de muitos outros, incógnitos porque não mereceram a atenção de quem manda nas corporações existentes, contribuições importantes ao Brasil.
Ao lado da Matemática, Física, Química, tecnologias e capacidade de gerenciamento de muitos profissionais precisamos ter, contudo, amor à Pátria.
O Brasil precisa mudar.
O Poder Judiciário tem condições de aplicar corretivos monumentais. É, contudo, muito triste ver empresas desmoralizadas e profissionais de destaque atrás das grades como estamos olhando diariamente nos noticiários televisivos. Infelizmente erraram feio, e agora? Continuamos precisando de obras e serviços essenciais...
Semana da Engenharia, será que as próximas serão realmente festivas e honrosas?
A expectativa é grande, até porque conhecemos inúmeros profissionais sérios que lutam desesperadamente para ter oportunidades em grandes obras e projetos.
O sobre preço cobrado certamente não foi repassado a subempreiteiras e aos profissionais de baixo escalão dessas empresas apontadas pelo Lava Jato. A degradação de obras pode ter sido algo feito sem restrições, afinal tinham a cobertura de políticos influentes, ao que parece.
Concluímos extremamente preocupados com tudo o que foi feito, construído, projetado e lamentando o padrão gerencial dos serviços essenciais, degradados e caríssimos.
Será difícil recuperar o tempo perdido e a normalidade deteriorada pela incompetência de lideranças estratégicas.
Como nossos líderes corporativos e institucionais corrigirão erros monumentais desses tempos recentes?
Cascaes
7.12.2014



Nenhum comentário:

Postar um comentário