O carnaval, as férias, tempo de praia e as festas de Natal e Ano Novo terminaram, é hora de voltar à realidade.
Talvez voltando dos balneários nosso povo tenha sentido os problemas rodoviários e onde foram a precariedade de serviços essenciais. Agora o desafio é vivê-los aqui.
Momento de reflexões.
Participando de grupos de análise de projetos no Instituto de Engenharia (desde os tempos do saudoso eng. e professor (para todos nós) Tourinho), em reuniões do Grupo Federativo (coordenado pelo jornalista Rafael de Lala) e simplesmente vivendo no Paraná vimos, ouvimos e descobrimos a situação do povo paranaense, ou melhor, acrescentamos ao que aprendemos em mais de quatro décadas de trabalho neste estado o que faria dessa terra um autêntico “milagre econômico”, principalmente após os ajustes que reequilibraram nosso país (Saga Brasileira).
O que intriga, contudo, é saber que apesar da boa vontade de inúmeros profissionais querendo colaborar com o Governo e políticos em todos os níveis, patinamos, perdemos tempo e oportunidades de crescer.
Ideologias, partidarismos, corporativismos e simples ignorância talvez expliquem tudo, sem esquecer o analfabetismo funcional e o analfabetismo político...
É de chorar, por exemplo, quando vemos a Copel fazendo usinas longe daqui e com financiamento mais caro (restrições do BNDES ou Banco Central às estatais), deixando de investir no aprimoramento das redes de distribuição existentes [ (Apresentação - A COPEL E A EVOLUÇÃO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO),(Redes Subterrâneas)], algo visível até em seu portal e que seria uma tremenda revolução urbanística onde acontecesse. O Estado pode fazer muito e os municípios teriam como ajustar suas leis para ganharmos uma reurbanização inclusiva e otimizada com ciclovias e calçadas seguras, nova arborização e tirando do ar os varais da Copel, opção oportunista e precária de instalação de redes de energia elétrica e telecomunicações.
Incomoda sentir que as redes subterrâneas de água e esgoto estão perdendo eficácia e demolindo calçadas, por quê não aproveitar e juntar tudo isso num grande projeto, criando oportunidades de trabalho para centenas de profissionais?
Note-se que essa proposta da Copel é um dos raros estudos bem feitos de projetos possíveis. Deveríamos ter uma coleção deles em todas as áreas de interesse econômico e social, temos? Não, essa foi uma das avaliações de um seleto grupo de engenheiros nesses últimos anos.
A perplexidade aumenta quando o assunto é futebol.
Acontecendo uma pressão externa, como a FIFA produziu, o pessoal sai em disparada improvisando soluções, viabilizando dinheiro e oportunidades...
Para o mês em que teremos algumas seleções de futebol jogando aqui valeu tudo, muda-se tudo, desde regras de ocupação de solo até leis federais. O Estado e a União até se dispõem a trazer dinheiro, que pagamos em impostos, para subsidiar 14,2 km de metrô, e o resto?
Podemos fazer muito mais e precisamos de tudo.
Temos (mais um exemplo que irrita demais e dá um tremendo prejuízo na saturação de rodovias e criando custos) um pequeno aeroporto que nos impõe o transporte de carga e gente até São Paulo ou Rio de Janeiro para embarques internacionais. Por quê não licitar uma concessão para um grande aeroporto no Paraná (técnica e preço de serviços e não o famigerado “quem dá mais para o Governo Federal”?). Precisamos de autorização do Governo federal para isso também?
Dentro de lógicas de Participação Público/Privada os municípios, estados e a União poderiam transformar o Brasil em um canteiro de obras. Para termos propostas decentes só devemos baixar juros inexplicavelmente altos e que estimulam o ganho sem risco que o Banco Central viabiliza sob a desculpa de combater a inflação.
O Paraná, para só falarmos daqui, teria imensos, grandes, médios e pequenos projetos a licitar na forma de PPPs a partir de anteprojetos bem feitos e oferecendo prazos decentes de análise de editais assim como plena transparência processual.
O Brasil é uma boa opção de investimentos, precisamos aproveitar isso assim como desviar o dinheiro da agiotagem para o empreendedorismo.
Aliás, vale a pena ler com atenção as diversas formas de financiamento e tipo de investidores que existem nos Estados Unidos da América do Norte lendo os livros (O Efeito facebook) e a (biografia de Steve Jobs). Se os investimentos sem risco que o Banco Central deixa acontecer nessa fábrica de dinheiro alucinante perder atratividade, fundações e investidores privados serão obrigados a procurar e usar seu dinheiro no apoio aos melhores projetos que encontrarem.
Isso vale para o Brasil inteiro, por quê não acontece? Teremos eleições neste ano, o que nossos políticos vão defender? Pelo menos dizer? Explicar?
Nós podemos mudar Curitiba, o Paraná e o Brasil agora, para melhor e muito, é só querer.
Cascaes
22.2.2012
Apresentação - A COPEL E A EVOLUÇÃO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2012, disponível em COPEL: http://www.copel.com/hpcopel/redesub/apresentacao.html
biografia de Steve Jobs. (s.d.). Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com/2012/01/biografia-de-steve-jobs.html
Cascaes, J. C. (s.d.). Redes Subterrâneas. Fonte: Picasa : https://picasaweb.google.com/116809099523818911020/REDESSUBTERRANEASCOPELFotosDoSiteEm10DeDezembroDe2011
Leitão, M. (s.d.). Saga Brasileira. Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com/2011/07/saga-brasileira.html
O Efeito facebook. (s.d.). Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com/2011/02/o-efeito-facebook.html
Reportagem Gazeta do Povo:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=1225865&tit=Na-contramao-da-maioria-dos-estados-Parana-freia-obras