domingo, 16 de setembro de 2012

FATOS POLITICOS RECENTES


API - Associação Paranaense de Imprensa

em conjunto com

Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia

e o

Núcleo de Estudos Brasileiros do Paraná


FATOS POLITICOS RECENTES
(e Análise da Conjuntura)
Até 14 de Setembro de 2012

SUMARIO
Cortando Gorduras =/= Menos Burocracia =/=Paraná Retomando =/= Aportes Federais =/= Técnico e Política =/= Miscelâneas


1. CORTANDO GORDURAS

OS FATOS
O modesto crescimento do PIB no segundo trimestre do ano, de 0,5%, mais a continuidade da crise econômica global, acelerou os planos do governo federal para a busca de soluções capazes de evitar dano maior ao Brasil. Além da redução de tributos e concessão de estímulos financeiros para setores mais expostos – indústria, principalmente – Brasília acaba de anunciar uma rodada de corte de taxas que incidem sobre a conta de eletricidade. De implantação gradual, a medida deverá reduzir em até 20% a conta de energia para consumidores industriais e até 16% para os residenciais.

ANÁLISE (I)
De fato, quando chegam os anos de “vacas magras” é que se descobre onde cortar “gorduras” que perduraram no período de fartura. Assim, descobriu-se que numa conta de luz residencial o que menos se paga é o custo da geração, transmissão e distribuição da energia: 48%. O principal, 52% vai para cobrir tributos e taxas extravagantes – penduricalhos – tais como “Conta de Consumo de Combustíveis”, “Reserva Global de Reversão”, “Conta de Desenvolvimento Energético”; esta última em duplicidade com uma tal  conta de “Pesquisa e desenvolvimento de eficiência energética” – mais taxas de operação do sistema unificado e de fiscalização, etc.

ANÁLISE (II)
O corte desses encargos extravagantes vem sendo reclamado pelas entidades empresariais para dar mais capacidade de competição à indústria brasileira, para quem não se justifica que a energia nacional – de fonte basicamente hídrica – custar o dobro dos valores médios de outros países, nossos competidores no mercado internacional. Afinal, se o programa “Luz para todos” que subsidia a instalação de energia em zonas remotas é relevante para a sociedade, seu custo deve ser financiado via orçamento geral, como em nações organizadas e não pelo consumidor urbano. A redução real ainda é pequena, 7%, mas trata-se de um primeiro passo promissor. A reação, do mercado financeiro, decorreu da forma “heterodoxa” como o plano foi lançado.

2. MENOS BUROCRACIA

A propósito, governo e sociedade estão em busca de alternativas para redução do “custo Brasil” – problema angustiante agora que o mundo está em recessão. Que tal uma sugestão simples, e por isso mesmo, oportuna: buscar um sucessor do ministro Hélio Beltrão, da Desburocratização, para cortar excessos da burocracia, tanto na área privada como no setor público; erva daninha que voltou a contaminar o país desde o falecimento daquele homem público exemplar – aliás, de família paranaense. Um programa desses agregaria facilmente de 1 a 2% ao PIB, alavancando a retomada do Brasil.

3. PARANÁ RETOMANDO

OS FATOS
O Paraná poderá crescer o dobro do Brasil em 2012, cerca de 3% no ano – anuncia o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES). Essa previsão se baseia na recuperação das safras e alavancagem do agronegócio, beneficiada pela exportação de “commodities” oriundas do campo; mais investimentos em novos empreendimentos industriais atraídos sob os programas de estimulo lançados pelo Governo Estadual. Ainda, para o futuro imediato estão previstos investimentos públicos suportados por linhas em negociação com o Banco Mundial, BID e outras agencias multilaterais que deverão vitaminar a expansão.

ANÁLISE
Mesmo assim o Estado ainda não retomou sua participação relativa no Produto Interno Bruto, que caiu de um máximo de 6,44% em 2002 para um piso de 5,77% em 2006 e vem se recuperando para fechar este ano com 6,2%. Ao explicar a queda o presidente do IPARDES, Gilmar Mendes Lourenço, foi diplomático: ela teria se devido “a quebras de safra e média de crescimento abaixo da régua nacional”. Na realidade, no ciclo governamental anterior, além dos fatores naturais, houve direcionamento das políticas públicas para o aspecto social em desfavor da ênfase no crescimento (atração de empreendimentos, financiamentos multilaterais para obras, etc).

4. APORTES FEDERAIS

OS FATOS
No aspecto das relações Estado/União o Paraná continuará sob a perspectiva de recursos modestos, segundo a proposta de lei orçamentária anual enviada pelo Governo Federal ao Congresso. A justificativa apresentada pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, se vincula ao item anterior: o Paraná não ofereceu projetos capazes de fomentar aplicações federais em obras de infraestrutura. Doutro lado, o governador Beto Richa está pedindo audiência formal à presidente da República para apresentar suas propostas de dinamização desses repasses.

ANÁLISE
De fato, o ciclo administrativo anterior no Estado foi magro na elaboração e gestão de tais projetos de escala. Mas os paranaenses aguardam da União um relacionamento republicano de alto nível, que tangencie aspectos político-partidários para focar no interesse público comum, destravando a aceitação e implementação de projetos de envergadura para o Paraná. Nessa linha, além do Executivo federal, cabe observação sobre a postura do Tribunal de Contas da União, que censurou a oferta de estudos e projetos dos estados-membros e de entidades empresariais como Federações de Indústria para a execução de obras federais. O viés desse órgão de controle é que tais estudos doados conteriam defeitos encarecedores dos trabalhos, sugerindo restrição: só projetos elaborados diretamente pela União deveriam ser executados. Nesse diapasão o país travaria de vez, conhecida a realidade dos órgãos executores X reguladores no país. Além do viés centralizante que, no limite, anula o princípio da federação.

5. TÉCNICO E POLÍTICA

OS FATOS
Dois fatos polarizaram a atenção na semana: a indicação do ministro Teori Zavascki, do Superior Tribunal de Justiça para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal guardou perfil técnico: o indicado é um profissional da carreira jurídica, tendo servido anteriormente como advogado do Banco do Brasil, Tribunal Regional Federal da 4ª Região (com jurisdição no Paraná, onde esteve para inaugurar o fórum da Justiça Federal), antes de chegar ao STJ. Já para o Ministério da Cultura a governante inclinou-se pelo perfil político, ao escolher a senadora Marta Suplicy.

ANÁLISE
Marta precisará de toda habilidade adquirida no curso de sua carreira política (prefeita de São Paulo, ministra do Turismo, senadora e vice-presidente do Senado) para gerir a Pasta da Cultura, cuja natureza complexa – para não dizer, complicada – desafia os titulares do cargo. Tanto que a ministra anterior, Ana de Holanda, passou todo o seu período apagando incêndios ou criando polêmicas – entre eles a abordagem da política de direitos autorais. Já quanto ao Supremo, embora dificilmente o novo titular seja empossado a tempo de tomar parte no julgamento do “Mensalão”, a previsão é que o processo seja finalizado até outubro.

MISCELÂNEAS (I)

O Banco Central Europeu ganhou carta branca da Corte alemã de justiça para aplicar seu plano de resgate dos países endividados do bloco =/= Na Venezuela o presidente Hugo Chavez relativiza a clausula democrática, estimulando arruaças contra o candidato rival. Padrão igualmente preocupante se repete na Argentina, onde o governo usou o fisco para intimidar a imprensa independente =/= Evidências de que ainda não superamos o caudilhismo latino-americano =/= Pior foi a reação de grupos radicais islâmicos a um filme produzido nos Estados Unidos, assassinando um embaixador na Líbia (Christopher Stevens) e atacando alvos diplomáticos.


MISCELÂNEAS (II)
Num degrau acima em civilidade democrática, mas igualmente afetando a liturgia do cargo, aqui a presidente Dilma usou a mensagem pela Semana da Pátria para abordar temas de interesse partidário. =/= Valter Bianchini, ex-secretario paranaense de Agricultura, volta a ocupar a Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário =/= Eleições municipais: em São Paulo, José Serra (PSDB) recua e Fernando Haddad (PT) pode disputar o segundo turno com Celso Russomanno. Em Belo Horizonte e Recife o PSB desponta como terceira via política.

MISCELÂNEAS (III)
A semana marcou a perda do engenheiro Ivo Arzua, que como prefeito de Curitiba e ministro da Agricultura, manteve perfil ético na vida pública. Um “varão de Plutarco” que honrou o Paraná =/= Próxima safra promete recorde, mas hoje a turbulência dos mercados (seca nos Estados Unidos, etc) atiça a inflação.

Rafael de Lala,
                                   Presidente da API, pela Coordenação da
                                   Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia
                                   e Núcleo de Estudos Brasileiros do Paraná



Contato: (41) 3026-0660 / 3408-4531/ 9167-9233 (Magda) - api1934@gmail.com
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