segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Pain Pétrole et Corruption





Publicado em 29 de fev de 2012
Un grand documentaire d'investigation sur l'une des plus scandaleuses affaires de corruption de notre époque, perpétrée aux dépens d'un programme humanitaire mis en place par l'ONU.




"Pétrole contre nourriture" est le nom d'un programme initié par l'ONU en 1996, qui visait à satisfaire les besoins humanitaires de la population irakienne soumise à un embargo depuis l'invasion du Koweït en 1990. Il devait permettre à l'Irak de vendre une quantité limitée de son pétrole, sous contrôle de l'ONU, et d'acheter en échange de la nourriture et des médicaments. Pendant près de sept ans, "Pétrole contre nourriture" va brasser près de 100 milliards de dollars. En janvier 2004, un quotidien irakien publie une liste de personnalités et d'entreprises ayant touché des pots de vin dans le cadre de cette opération humanitaire. Le scandale éclate. L'ONU constitue discrètement une commission d'enquête indépendante, présidée par Paul Volcker, qui rend un rapport édifiant en 2005, accusant près de 2 500 individus et sociétés internationales dans une trentaine de pays. Depuis, très peu de procès ont eu lieu et les mises en examen sont tout aussi rares.Plongeant dans un univers où se croisent diplomates, fonctionnaires, avocats, affairistes, politiciens, grands patrons et agents de services de renseignement, ce documentaire raconte comment un programme humanitaire a donné lieu à l'une des plus grandes affaires de corruption mondiale de l'histoire moderne. De Dubaï à Genève en passant par Amman, Bagdad, Paris, Berlin et New York, les réalisateurs remontent une à une les étapes de cette gigantesque contrebande pétrolière. À l'aide de documents inédits et d'archives édifiantes, à travers quelques transactions exemplaires et le témoignage d'acteurs directs ou indirects, il reconstitue avec précision ce qu'il faut bien nommer un pillage, dont la principale victime a été le peuple irakien.

Corruption in Business







Publicado em 28 de set de 2014
In a free market, some individuals will engage in corrupt business activities. One argument for government regulation holds that it reduces the amount of business corruption. Opponents of government regulation respond that free markets have the internal resources to control most business corruption—and that government regulation itself leads to corruption, both more and worse. How do we evaluate these competing arguments about whether corruption is worse in free-market or government-regulation systems? In this lecture, Stephen Hicks discusses both sides’ arguments and bring to bear upon them the empirical work of this generation’s social science.

ABOUT STEPHEN HICKS:
Stephen Hicks is Professor of Philosophy at Rockford College and executive director of the Center for Ethics and Entrepreneurship there. His works include “Ayn Rand and Contemporary Business Ethics,” "Nietzsche and the Nazis," and Explaining Postmodernism: Skepticism and Socialism from Rousseau to Foucault.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O Brasil e a Petrobrás



De: Adriano Benayon [mailto:abenayon.df@gmail.com]
Enviada em: segunda-feira, 15 de dezembro de 2014 15:04
Para: josue@superig.com.br
Assunto: artigo: O Brasil e a Petrobrás

Com cumprimentos,
Segue artigo.

O Brasil e a Petrobrás
Adriano Benayon * - 15.12.2014
1. O Brasil vive batalha decisiva de sua História: a da sobrevivência da Petrobrás como empresa nacional. E isso com qualquer resultado, pois a eventual derrota poderá ser o marco, a partir do qual o povo brasileiro resolva partir para o basta e reverter o lastimável processo dos últimos 60 anos em que praticamente só acumula derrotas do ponto de vista estrutural.

2. Principalmente desse ponto de vista, porque, mercê da estrutura que se formou na Era Vargas, ainda foram colhidas - por muito tempo e até os dias de hoje - grandes vitórias em termos de desenvolvimento de tecnologia e capacidade produtiva no País.

3. O progresso estrutural do Brasil ocorreu, até 1954, não apenas em função de investimentos do Estado, mas também por ter este agido como promotor da indústria privada, tendo, antes daquele ano fatídico, surgido firmas nacionais de ótima qualidade, algumas das quais já se tinham tornado grandes. 

4. Essas foram as primeiras e grandes vítimas do modelo de dependência financeira e tecnológica adotado desde 1955 e no quinquênio de JK, quando o Estado, foi usado como promotor da desnacionalização da indústria, o que gradualmente levou à da dos demais setores da economia.

5. Os governos militares (1964-1984), embora se tenham submetido às regras e imposições do sistema financeiro mundial - criaram estatais importantes, como a EMBRAER, em 1969, possibilitada pela criação do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em 1946, e do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em 1950.

6. A EMBRAER foi uma das inúmeras grandes estatais criminosamente privatizadas pela avalanche de corrupção dos anos 90, que atingiu também a TELEBRÁS, fundada em 1972, a qual igualmente gerara excelentes resultados em produções realizadas com tecnologia nacional, e foi  totalmente esvaziada pelas concessões entreguistas  do sistema de telecomunicações.

7. Em 1990, Collor, o primeiro presidente eleito pelo voto direto – de resto,  mediante incríveis manipulações, negadoras da essência da democracia – encaminhou a Lei de Desestatização, juntamente com denso pacote de legislação antibrasileira, formulado em Washington e meteoricamente aprovado pelo complacente Congresso.

8. Interessante que os governos militares – não só haviam mantido as estatais da Era Vargas - mas criaram várias outras. Entretanto, os indivíduos  ideologicamente amestrados atribuem comunismo ou esquerdismo aos que, em favor do desenvolvimento, reconhecem  a importância de empresas e de bancos estatais.

9.  Se não estivessem mentalmente controlados pelo sistema de poder mundial veriam que as estatais, além do que realizam diretamente, são fundamentais para viabilizar, ao abrir concorrências,  encomendas e financiamento a empresas privadas nacionais, que, com isso, geram empregos qualificados e elevam o padrão tecnológico do País.

10. Ademais, acabar com as estatais significa deixar à mercê dos carteis e grandes grupos privados o grande espaço estratégico – como é o caso da indústria do petróleo e derivados – inevitavelmente ocupado por empresas de grande porte, nos quais a dimensão inviabiliza a concorrência honesta entre empresas privadas.

11. Antes de explicar por que a corrupção não é inerente à natureza das estatais – ao contrário do que imaginam os impressionados pelos inegáveis escândalos de corrupção que têm assolado a Petrobrás – convém lembrar a incoerência dos que se escandalizam com a brutal concentração de renda, cada vez mais acentuada em todo o mundo, e propõem privatizações, cujo efeito tem sido tornar a concentração econômica ainda mais aguda e socialmente insuportável.

12. De fato, todos estão tendo acesso a informações de que, neste mundo de mais de seis bilhões de habitantes, pouco mais de cinquenta grupos financeiros controlam praticamente todas as transnacionais em atividade no Planeta. Fosse isso pouco, o analista da moda, Thomas Piketty, tem observado que  a concentração de riqueza tem sido grandemente subestimada,  mesmo nos países sedes da oligarquia financeira mundial.

13. E por que foi implantada a corrupção na Petrobrás? Porque a estrutura de poder político já se tornara dominada pelos interessados em desmoralizá-la e eventualmente privatizá-la e/ou liquidá-la. Amiúde, o primeiro passo dos agentes imperiais é minar e desmoralizar a administração estatal, para justificar a privatização.

14 De fato, a corrupção foi intensificada durante governos aqui instalados (Collor e FHC) com o projeto de tornar definitivo e irreversível o atraso do Brasil e sua submissão aos centros de poder mundial, na vil posição de fornecedor de recursos naturais, presidindo a abertura de buracos no lugar das estupendas reservas de minerais estratégicos e preciosos, sem que isso sequer impedisse o crescimento vertiginoso dos déficits de comércio exterior e do endividamento público.

15. A desnacionalização predadora não começou com os dois que foram os primeiros eleitos sob o novo regime pretensamente democrático.  Mas eles fizeram profundas reformas na estrutura de mercado –  com o usual beneplácito do Congresso - para torná-la ainda mais  talhada de acordo com os interesses dos carteis transnacionais.  E o PT não fez reverter essa tendência.

16. Em relação à Petrobrás, FHC promoveu a aprovação da Lei 9.478, de 06.08.1997,  que eliminou, na prática, a norma constitucional do monopólio da União na  produção,  refino e transporte do petróleo, não formalmente revogada.

17. Essa lei permitiu, assim, a exploração de imensas jazidas descobertas pela Petrobrás na plataforma continental,  por carteis transnacionais, liderados pelas gigantes empresas angloamericanas - que,  há mais de um século,  têm preponderado no produto de maior expressão no comércio mundial.

18. Ademais, dita Lei criou a Agência Nacional do Petróleo (ANP) no esquema de esvaziar a administração do Estado, terceirizando-a para  agências ditas públicas, dotadas de autonomia e postas sob a direção de executivos e técnicos ligados à oligarquia financeira angloamericana.

19. Um desses, genro de FHC, David Zylberstajn, foi nomeado diretor-geral da ANP. Como lembrou o engenheiro Pedro Celestino, em excelente artigo, teve início, sob o comando de Zylberstajn,  ”o leilão das reservas de petróleo brasileiras, em modelo que não se aplica no mundo desde o primeiro choque do petróleo, permitindo à concessionária apossar-se do petróleo produzido, remunerando o Governo com royalties, ao invés de receber por prestação de serviços.” 

20. As constatações de corrupção nas encomendas da Petrobrás -  em inquérito da Polícia Federal, ainda não terminado -  estão servindo de tema para a campanha de desestabilização e impeachment da presidente da República, e também de argumento favorável à privatização.

21. Nenhum desses objetivos sustenta-se em bases justificadas, pois o autor da delação premiada tornou-se diretor da Petrobrás no governo de FHC, mentor do partido que se pretende beneficiar com a derrubada de Dilma Roussef ou sua transformação em títere completo do capital estrangeiro, o qual tem no PSDB seus principais serventuários locais.

22. Ademais, o delator Paulo Roberto Costa praticou, ele mesmo,  os crimes que denuncia,  em prejuízo do patrimônio público e em ofensa à moralidade da Administração, como também cometeram políticos de diversos partidos que têm exercido cargos diretivos na Petrobrás.

23. Paulo Metri, outro competente e experiente engenheiro da Petrobrás, reafirma ser indispensável investigação profunda na estatal.  Ressalva, porém, que a exposição antecipada de fatos  investigados pode ter tido por meta somente  derrubar as intenções  de votos pró-Dilma.   

24. Assinala que a presidente não tolheu as ações da Polícia Federal, nem tem um engavetador para sumir com os processos. Nota: alusão ao PGR de FHC, conhecido como  engavetador-geral da República. 

25. Metri considera imprescindível punir, com rigor, os agentes públicos comprovadamente corruptos e também os esquecidos corruptores. Até porque, mais que o desvio de dinheiro, a corrupção com a Petrobrás atinge a auto-estima de que o País precisa para realizar seu projeto nacional.

26. Em relação à Petrobrás, é fundamental corrigir os vícios nela implantados e viabilizar seus investimentos, cuja enorme rentabilidade está assegurada em função das colossais descobertas que a estatal obteve na plataforma continental e no pré-sal. 

27. A  Petrobras – aduz  Metri - tem vencido  obstáculos, como extrair, de grandes profundidades e a distâncias da costa cada vez maiores, petróleo escondido abaixo de camadas incomuns, mercê de tecnologias especiais desenvolvidas  por técnicos da estatal.

28. A qualidade destes  depende da motivação e  de que não sejam preteridos por políticos em cargos de direção nem por terceirizados.

29. Celestino e Metri lembram que FHC elevou desmesuradamente o salário de gerentes e superintendentes, o que os fez, por demais, temerosos de perder seus empregos, e omissos em resistir contra decisões suspeitas, tal como ocorre com terceirizados. Ademais, FHC liberou a  Petrobrás de  cumprir a Lei de Licitações, apoiado por decisão do ministro Gilmar Mendes, no STF. 

30. Não basta para reverter o descalabro, evitar que Dilma seja substituída por alguém mais propenso a aceitar as imposições imperiais. Há que dar passos na restauração da soberania nacional, ferida inclusive pela alienação, quase graciosa, de 40% das ações preferenciais da Petrobrás, após a promulgação da Lei 9.478/1997, e pelos leilões do petróleo da plataforma continental e do pré-sal, nos governos do PT.

* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Cesar Benjamin, economista e editor, entrevista ao programa Debate Brasil


De: Roberto no Ilumina [mailto:roberto@ilumina.org.br]
Enviada em: sábado, 13 de dezembro de 2014 17:16
Para: Roberto no Ilumina
Assunto: Entrevista

Publicado em 11 de dez de 2014 Cesar Benjamin, economista e editor, no decorrer de sua entrevista ao programa Debate Brasil declarou " A presidente Dilma Rousseff acaba de vencer a eleição presidencial e parece ter uma política muita fraca. Há um enorme número de crise convergindo. Com certeza teremos um segundo mandato muito difícil". Categoria Pessoas e blogs Licença Licença padrão do YouTube

domingo, 7 de dezembro de 2014

Encerramento da Semana da Engenharia com as palavras do Presidente Cássio J. Ribas de Macedo

Eng José Alberto Pereira Ribeiro - eng. Destaque em 2014

http://iep.org.br/iep/index.php/festa-da-engenharia/

Engenheiro Destaque - Troféu Paraná de Engenharia - eng Antonio Camargo de Amarante

http://iep.org.br/iep/index.php/festa-da-engenharia/

Homenagem especial - eng. Elgson R. Gomes

7º concurso de fotografias do Instituto de Engenharia do Paraná - premiação

Um desafio para os engenheiros

A responsabilidade dos engenheiros, suas empresas e corporações
Em 6 de dezembro de 2014 encerrou-se de forma festiva e com a entrega de prêmios (concurso de fotografias) e honrarias a personalidades de destaque na Engenharia mais uma Semana da Engenharia no Instituto de Engenharia do Paraná. Os discursos e as lembranças do que foram esses dias de palestras e presenças ilustres em Curitiba coincidiram com o quase final do inquérito decorrente da Operação Lava Jato.
Tudo o que aconteceu em 2014 merece ações enérgicas, mudanças drásticas de comportamento e o desalento de ver que, graças ao foco sobre as eleições, o futebol e a FIFA nossos governantes esqueceram os serviços essenciais, por exemplo.
O engenheiro é o peão, o artífice, o fiscal de obras, onde estavam durante essas últimas décadas?
Nas redes sociais e em emails offrecord vimos, lemos, ouvimos e sentimos muito ódio contra os políticos; teriam chegado a esse ponto de degradação se nossos sindicatos, institutos, conselhos etc. houvessem agido com patriotismo e respeito ao contribuinte e ao povo em geral?
Os bodes expiatórios apareceram, até lógicas racistas ressurgiram ocultas e explícitas; mas onde estavam o amor ao Brasil e seus habitantes durante esses anos de desgoverno?
Algo repugnante ou colocado de forma infantil foi a coleção de ofensas e os rituais que ressurgiram nesse ano de 2014. Quantos, tão convictos agora de que muitas entidades abusavam da desonestidade, se dispuseram a procurar entidades feitas para fiscalizar, auditar e punir más empreiteiras? Registraram alguma queixa? Manifestaram-se em tempo hábil, sendo que podiam apontar detalhes do que a imprensa agora mostra diariamente?
Maravilhosamente a Polícia Federal estava atuando e alguns setores do Poder Judiciário esperando inquéritos, atentos, acima de tudo, a decisões dolosas que pareciam existir nessa barafunda que se transformou o governo em todos os níveis da federação.
Naturalmente devemos louvar engenheiros excepcionais, deram ao lado de muitos outros, incógnitos porque não mereceram a atenção de quem manda nas corporações existentes, contribuições importantes ao Brasil.
Ao lado da Matemática, Física, Química, tecnologias e capacidade de gerenciamento de muitos profissionais precisamos ter, contudo, amor à Pátria.
O Brasil precisa mudar.
O Poder Judiciário tem condições de aplicar corretivos monumentais. É, contudo, muito triste ver empresas desmoralizadas e profissionais de destaque atrás das grades como estamos olhando diariamente nos noticiários televisivos. Infelizmente erraram feio, e agora? Continuamos precisando de obras e serviços essenciais...
Semana da Engenharia, será que as próximas serão realmente festivas e honrosas?
A expectativa é grande, até porque conhecemos inúmeros profissionais sérios que lutam desesperadamente para ter oportunidades em grandes obras e projetos.
O sobre preço cobrado certamente não foi repassado a subempreiteiras e aos profissionais de baixo escalão dessas empresas apontadas pelo Lava Jato. A degradação de obras pode ter sido algo feito sem restrições, afinal tinham a cobertura de políticos influentes, ao que parece.
Concluímos extremamente preocupados com tudo o que foi feito, construído, projetado e lamentando o padrão gerencial dos serviços essenciais, degradados e caríssimos.
Será difícil recuperar o tempo perdido e a normalidade deteriorada pela incompetência de lideranças estratégicas.
Como nossos líderes corporativos e institucionais corrigirão erros monumentais desses tempos recentes?
Cascaes
7.12.2014



terça-feira, 25 de novembro de 2014

"O modelo pró-imperial e o endividamento".





De: Adriano Benayon [mailto:abenayon.df@gmail.com]
Enviada em: segunda-feira, 24 de novembro de 2014 17:09
Para:
Assunto: artigo:Golpe, modelo e dívida

Assista à palestra "O modelo pró-imperial e o endividamento".  https://www.youtube.com/watch?v=wmL_-N0_sbk



Enviando artigo, com cumprimentos.

Golpe, modelo e dívida

Adriano Benayon

O Brasil vive momento grave, com a grande mídia, pedindo golpe de Estado para derrubar a presidenta recém-reeleita.

2. Os golpes em nosso País são recorrentes, e já houve muitos além dos  mais conhecidos, que são os  de caráter predominantemente militar: 1937, 1945, 1954, 1961 e 1964.

3. O jornalista Luiz Adolfo Pinheiro intitulou seu bom livro, “A República dos Golpes”, publicado em 1993, que abrange somente os anos de Jânio Quadros a Sarney.

4. Não só no Brasil historicamente, mas cada vez mais no mundo atual, os instrumentos principais dos golpes inspirados pelas potências imperiais têm sido instituições civis, como o legislativo e o judiciário.

5. Foi no âmbito da polícia civil que se articulou a conspiração concluída na área militar, que depôs o presidente Vargas em 1954.

6.  A famigerada, desde o Estado Novo, Delegacia de Ordem Política e Social – DOPS, chefiada pelo simpatizante nazista, Cecil Borer, foi que armou o atentado da rua Tonelero, envolvendo a guarda pessoal do presidente e a ela atribuindo o crime.

7.  O alvo era o próprio major Vaz, para acender a revolta Aeronáutica e na opinião pública, e não, Carlos Lacerda, o encarniçado adversário de Vargas, com o simulado e inexistente tiro em seu pé.

8. Por que a DOPS? No auge da Guerra Fria, os nazistas e simpatizantes foram recrutados em massa pelos serviços secretos das potências angloamericanas, para reprimir os “comunistas”, rótulo ao qual buscavam associar todos os que, como os nacionalistas, desagradassem àquelas potências.

9. Voltemos a 2014: no período eleitoral, delegados da polícia federal, a que se atribui serem simpáticos ao PSDB,  vazaram informações do inquérito (operação Lavajato), em que investigam irregularidades em contratos entre a Petrobrás e  grandes empreiteiras de obras de infra-estrutura.

10. Há poucos dias, acabam de prender executivos dessas empreiteiras, as quais, além de atingidas pelo escândalo, com repercussões sobre futuras contratações, serão provavelmente condenadas ao pagamento de pesadas multas.

11. Desavisados moralistas exultam com essa suposta demonstração  de que as instituições do País estejam  combatendo eficientemente a corrupção. O PT louva a presidenta por ter sancionado nova lei, que permite agir também contra os corruptores.

12. O povo ilude-se e acredita que seja isso mesmo que está em causa. Desconhece a natureza do jogo  prevalecente nas altas esferas do poder, notadamente as do poder mundial. Para isso concorre o tsunami de ignorância gerado pelos investimentos que nela faz a oligarquia concentradora transnacional, há um século.

13.  A mega-corrupção exercida por essa oligarquia coopta colaboradores em todas as estruturas econômicas e institucionais e,     ironicamente, usa, a seu serviço, a corrupção derivada, a de menor porte, aumentada inclusive em decorrência do investimento na anticultura e na destruição dos valores éticos.

14. É essa, a derivada a que aparece,  quando sua exposição serve aos objetivos da estratégia imperial, produzindo grande comoção em amplos segmentos da população e desviando o foco dos reais problemas e de suas fontes geradoras.

15. Sem acesso às informações sobre como a oligarquia financeira  envolve os poderes constituídos do Estado, infiltrados por seus interesses,  o povo concentra seu ódio sobre os corruptos expostos pela corruptíssima grande mídia. Deveria desconfiar de que, se são expostos, é porque são os que estão causando menor dano ao País.

16. Por que as grandes empreiteiras estão sob o fogo da repressão? Elas constituem o principal núcleo de poder econômico no País que ainda não foi controlado pelo capital estrangeiro. São exportadoras de serviços, ocupam pessoal qualificado e se tornaram conglomerados, que investem até mesmo em tecnologia de uso militar.

17. Ademais, o escândalo que domina as atenções envolve também a principal estatal do País, ou seja, uma das poucas empresas gigantes sob controle nacional, apesar de infiltrada por quadros ligados às transnacionais do setor e a bancos da oligarquia financeira angloamericana.

17. Para fechar, convém ter presente a penetração de ideias e a cooptação por parte de entidades estrangeiras na Polícia Federal, notória desde que a Delegacia Antitóxicos recebe ajuda de sua congênere norte-americana.

18.  Não se deveria tampouco ignorar a política das numerosas agências de inteligência dos EUA de atrair as simpatias de quadros das instituições-chave do País, como a Polícia Federal.

19. O foco na corrupção, ignorando a fonte da mega-corrupção, é  instrumento do poder oligárquico mundial.  Em geral, estão alinhados com este, os que mais gritam contra a corrupção.

20. Um dos fatos fundamentais obliterados é que, no âmbito dos carteis financeiros e econômicos, a ética pode ser tema de discurso, mas não faz parte do objetivo central, o poder, nem do objetivo imediato, o lucro, independentemente de como seja obtido.

21. Expor as reais razões do escândalo  das relações entre grandes empreiteiras e a Petrobrás não é dizer que nelas houve corrupção. Isso, porém, está sendo usado para favorecer grupos transnacionais, tradicionais comitentes de n tipos de corrupção.

22. Entre eles, os permitidos pelas leis e políticas impostas aos países, tais como tolerar as práticas monopolistas e demais formas de abuso do poder econômico.

23. Não menos danoso para o Brasil é ferir de morte as empresas privadas e públicas em que se mantém os últimos bastiões de autonomia tecnológica no País, alvo que é do “apartheid tecnológico”, decorrente de  os carteis transnacionais dominarem o mercado, reforçado por acordos internacionais, como o TRIPS  no âmbito da OMC.

24. Os promotores da desestabilização da presidenta da República e do golpe em curso são de dois tipos:
a)  os colaboradores do sistema imperial, que nos impõe, desde 1954, o modelo de dependência financeira e tecnológica, e utilizam hipocritamente o pretexto da moralidade para desnacionalizar e desindustrializar ainda mais a economia;
b) os enganados pelo alienado discurso moralista e são arregimentados para solidarizar-se com a repressão destinada a eliminar as empreiteiras e acabar de desnacionalizar a Petrobrás.

25. Isso não significa que não se deva expurgar a estatal de seus quadros corruptos. Se isso for feito, como se deve, vai-se notar que a maior parte deles é ligada a grupos e a interesses das transnacionais estrangeiras, lá colocados.
26. Isso ocorreu principalmente no governo antipátria de FHC, e a maior parte dos corruptos permaneceu na Petrobrás e na ANP, nos governos petistas, conciliadores em relação àqueles grupos. Esse é o caso, inclusive, do pivô do escândalo, o delator premiado.

27. Enquanto a operação Lavajato ocupa o centro das atenções, e avança em direção favorável ao objetivo de enfraquecer o já fragilizado poder econômico nacional, são esquecidas as causas fundamentais dessa fraqueza.

28. Estas se situam no binômio modelo pró-imperial-envidamento público. A propósito, o Brasil está com déficit recorde no balanço de transações correntes com o exterior: US$ 85 bilhões por ano. 

29. Essa sempre foi a causa do crescimento da dívida externa, desde que JK (1956-1960) aplicou a política entreguista do golpe udenista-militar de 1954, que cumulou de favores os carteis transnacionais para monopolizarem os mercados industriais do País.

30.  A dívida externa ascendeu a U$ 541,42 bilhões, em agosto último (R$ 1,4 trilhão, ao câmbio atual). A dívida pública interna, a R$ 3,067 trilhão.

31. O serviço da dívida (juros e amortizações) consome 42% das despesas da União, e realimenta-se  com as taxas de juros absurdamente altas e que, por isso, não podem ser pagas só com recursos dos tributos.

32. A parte do serviço da dívida que o Tesouro paga com as receitas corresponde ao “superávit primário”.  Elaborei uma tabela, no programa Excel, lançando  o montante da dívida pública interna em 1994,  e  taxa de juros de 3% aa.

33. Por que 3% aa.? Essa taxa supera a de  muitos países, e não há base para a ideia, sempre impingida ao público, de que se têm de combater a inflação com juros elevados. 

34. No Brasil, os preços são altíssimos, porque os carteis impõem os que desejam, mais ainda que em outros países. Fosse outra a política, a inflação seria moderada, e não ficaria ao sabor de farsas, como a do Plano Real.

35. Além dos juros 3% aa., inseri na tabela os montantes do superávit primário, para resgatar dívida,  implicando que não haveria novas emissões de títulos para isso.

36. Resultado: mesmo sem  superávit primário de 1995 a 1997, pois ele só ocorreu em 1994 e de 1998 a 2001,  a União já teria eliminado a dívida interna, e sobrariam R$ 22 bilhões, em 2001.

37. Ora, com as absurdas taxas de juros comandadas pelo cartel dos bancos e cumpridas pelo BACEN, e, apesar de superávits primários totalizando, de 2002 a 2013, em valores correntes, R$ 1,082 trilhão, a dívida interna cresceu para quase R$ 3 trilhões.

 * - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

País dividido?

Enviando artigo, com cumprimentos.

País dividido?

Adriano Benayon * - 10.11.2014

Só insensatos duvidam que a união faz a força. Quanto mais dividido um país, mais fraco ele fica.  Por isso, os impérios, sempre usaram a estratégia de dividir os povos a conquistar.

2. “Divide et impera” foi o lema da Roma Antiga, durante os setecentos anos em que dominou o mundo, e de outros, antes dela. Tem sido seguido, com   semelhante perfídia e brutalidade, pelo império britânico e por seu sucessor e associado, o angloamericano,  nestes 350 anos.

3. O Brasil é vítima da predação imperial, desde quando exportava suas mercadorias sob direção das casas comerciais britânicas e tinha as finanças externas e a infra-estrutura controladas por bancos e empresas estrangeiras.

4. Ao aparecer, com capitais nacionais,  a promissora industrialização, na 1ª metade do século XX, antes, durante e depois da Revolução de 1930, o império, descontente com isso, fomentou o divisionismo em nosso País, justamente em São Paulo, onde despontara a industrialização, e de onde saía o café e outros produtos  exportados.

5.  No início dos anos 30, tendo as receitas da exportação caído 2/3 em relação a 1929, sobreveio a falsamente denominada revolução constitucionalista de 1932.  De fato, o governo chefiado por Vargas já organizava eleições e o processo que culminou na Constituição de 1934.

6. O movimento de 5 de julho de 1932, de conotações separatistas, visava, na realidade, sustar a industrialização e reamarrar o comércio exterior à finança e à direção imperiais.

7. Foi liderado pelos  barões da pseudo-elite agrária da Av. Paulista, econômica e culturalmente vinculados a Londres, juntamente com a grande mídia prostituída.

8.  Atitude irracional, pois o  retrocesso ao modelo colonial prejudicaria os industriais e até os cafeicultores, que estavam sendo salvos da ruína pela política do presidente Vargas, através da compra pelo governo dos invendáveis estoques de café e de sua queima.

9. Esse é um  dos antecedentes do presente tsunami de ignorância, que leva os pró-imperiais de hoje a alimentar mentiras, como a que atribui as misérias do País ao Nordeste e ao Norte,  quando elas  provêm do modelo dependente, adotado a partir da queda de Vargas, em 1954, quando a política passou a favorecer os carteis transnacionais. 

10. É por causa desse modelo que a economia do Brasil se desnacionaliza e se industrializa, que as transferências de renda das transnacionais para o exterior só aumentam e que se criaram mecanismos para fazer crescer, sem parar, a dívida pública.

11. Para poder encobrir os fatos importantes,  o império, desde os anos 50,  investe bilhões de dólares, em contracultura, desinformação e aviltamento dos padrões éticos e culturais, além de cooptação de pessoas em todas as instituições públicas e privadas de maior porte.

12. Essa é a corrupção da grossa, incrementada aceleradamente nos mandatos de FHC (1995-2002),  que a mídia sequer menciona. É a que faz dezenas de milhões de brasileiros crerem  que um governo do  PSDB,  vinculadíssimo aos interesses imperiais reduza, e não aumente, a  corrupção.

13.  Apesar do tsunami de ignorância gerado pelo império e das fraudes eleitorais, o povo brasileiro escapou da radicalização do entreguismo. Entretanto, não escapou de seu avanço, impregnado que está na estrutura econômica e nas instituições. 

14. A presidente é alvo de intensa campanha de desestabilização, visando, no mínimo, a acuá-la a fazer concessões mais radicais que as que têm feito a banqueiros e transnacionais.

15.  As influências imperiais estão dentro do próprio Executivo e suas agências reguladoras, e também  no PT, que nunca mostrou consciência clara da questão nacional em face das transnacionais e das potências que as representam.

16. Além disso, o Congresso e os executivos e legislativos estaduais têm composições cada vez menos favoráveis aos interesses do País, e  os demais poderes e instituições da República estão grandemente infiltrados  pelos esquemas pró-imperiais.

17. Ilustrativa de não ter cessado a campanha de desestabilização da presidente, sequer no dia das eleições, foi a balela proclamada nas grandes redes de TV, na mesma noite do resultado, segundo a qual o País estaria dividido, diante do apertado o resultado das urnas.

18. Logo a seguir, comentaristas e pseudocientistas políticos passaram a difundir a estória de que a divisão do País se manifesta ao longo de linhas de classes sociais e de áreas geográficas.

19. Mais relevante do que fomentar a divisão entre as regiões Norte e Nordeste e o Sul, seria reconhecer a falta de acesso do grosso da população do País inteiro a condições de vida condizentes com os excelentes recursos naturais do País e com as possibilidades tecnológicas dele, se não tivesse sido alijado do real desenvolvimento, devido ao modelo econômico dependente.

20. Esse modelo causa o endividamento,  os juros absurdos, as transferências de renda ao exterior, o atraso tecnológico e tudo mais que enfraquece o País. 

21. Ele vem de  meados dos anos 50,  sendo, pois, ridículo atribuir suas mazelas só ao presente Executivo federal. Cabe, condenar, em primeiro lugar, governos que mais contribuíram para acentuá-las.

22. O ridículo chega ao absurdo, quando os entreguistas acusam o Executivo de que sua política econômica afugenta os investidores. Ora, o montante dos investimentos, mormente os estrangeiros, nunca foi tão alto. Entretanto, mais que proporcionalmente crescem as transferências de renda e de supostas despesas para o exterior, e mais ainda as de recursos reais.

23. É o modelo de dependência financeira e tecnológica que faz minguar verbas para os investimentos produtivos e sociais, e também direcionar erradamente boa parte deles.

24. Ora, quanto maior o espaço geográfico do mercado nacional, mais cada região tem a ganhar com o comércio e a interação financeira internos.

25. De todo o exposto, decorre que o império, primeiramente tratou de desestruturar o País como um todo. Isso o amoleceu para a etapa seguinte: desmembrá-lo, como se delineia, em face das demarcações de supostas terras indígenas, sobre tudo na Amazônia, entregando-as ao controle de fundações, ONGs e igrejas controladas pelos oligarcas donos dos carteis mineradores de âmbito  mundial.

26. Outra vertente do projeto separatista parece ser a radicalização da ignorância política e econômica, que investe nas diferenças regionais e de classes de renda.

27. Essa está imbricada com o divisionismo ideológico direita/esquerda. O império angloamericano o tem fomentado, em todo o mundo,  desde os tempos da revolução francesa. No Brasil, muito contribuiu para acirrá-lo, a tentativa de golpe comunista em 1935.

28.  Especialmente em função da geopolítica, nunca foram altas as chances de o partido comunista chegar ao poder, mesmo em curtos períodos pós-2ª Guerra Mundial, em que contou com recursos e teve apreciável  penetração eleitoral. De qualquer forma,  a suposta ameaça comunista encaixou-se como uma luva na estratégia imperial para fazer abortar o desenvolvimento do Brasil.

29. Assim, qualquer coisa que implicasse modificar a arcaica estrutura social e que não fosse favorável aos carteis econômicos e financeiros transnacionais, passou a ser associada ao comunismo, na versão da grande mídia e dos demais instrumentos da intervenção imperial angloamericana.

30. Não só empresas transnacionais, mas também industriais e outros empresários nacionais investiram para derrubar os governos voltados para o desenvolvimento industrial e tecnológico.

31. Mas os proprietários brasileiros foram expropriados - não, como temiam, pelos comunistas - mas, sim, pelo capital estrangeiro, privilegiado com favores inacreditáveis por governos egressos de golpes cuja direção, como, em 1954, era orientada de fora do País.

32. Esse resultou da armação por serviços secretos estrangeiros de atentado para supostamente matar um adversário do presidente, no qual foi morto um oficial da Aeronáutica.  Os comunistas não apoiavam Vargas e até o criticavam.

33. Em 1964, a par das provocações suscitadas para envolver o governo em atos de indisciplina de militares, houve intensa campanha para que fossem vistos como de molde comunista os projetos de reforma econômica e social de Goulart.

34. Apesar de o PT não representar resistência séria à intensificação do modelo dependente, ele nasceu sob falsas bandeiras vermelhas, para dividir a esquerda e, em última análise, participar dos golpes do sistema para cortar as chances de Leonel Brizola.

35. Apesar também da política externa simpática a governos vizinhos  de inclinação bolivariana, embora não partilhando dela, a retórica e os clichês do PT e sobre ele oferecem campo fértil ao império angloamericano para pressionar a presidente  e intensificar as ações para a sua desestabilização.

* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento