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segunda-feira, 17 de março de 2014
BLOG DO SARAIVA: Ex-jurista do Banco Mundial revela como a elite do...
BLOG DO SARAIVA: Ex-jurista do Banco Mundial revela como a elite do...: 17/03/2014 Karen Hudes ( foto ), demitida do Banco Mundial por ter revelado informações sobre a corrupção...
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quarta-feira, 12 de março de 2014
UCRÂNIA E BRASIL
De: Adriano Benayon [mailto:abenayon.df@gmail.com]
Enviada em: quarta-feira, 12 de março de 2014 07:32
Para: 'Luiz Roberto Brandão Pires'
Assunto: Artigo: Ucrânia e Brasil
Enviada em: quarta-feira, 12 de março de 2014 07:32
Para: 'Luiz Roberto Brandão Pires'
Assunto: Artigo: Ucrânia e Brasil
Novo artigo, com
cumprimentos,
AB
UCRÂNIA E BRASIL
Adriano Benayon * -
09.03.2014
Guerra e depressão
1.O móvel da oligarquia financeira para desencadear guerras em
grande escala, bem como conflitos localizados, é ganhar mais poder,
subordinando países e regiões ao império e enfraquecendo os que poderiam conter
essa expansão.
2. Na 1ª e 2ª Guerras
Mundiais, respectivamente França versus Alemanha e Alemanha versus Rússia
(União Soviética), as potências angloamericanas só se engajaram com
intensidade, no final, para ocupar espaços, estando aqueles contendores
desgastados.
3. As duas grandes
conflagrações eclodiram após longos períodos de depressão econômica e serviram
como manobra de diversão em face das consequências sociais e políticas da
depressão.
4. No Século XXI, os
conflitos armados grandemente destrutivos estão tornando-se mais frequentes
após o golpe preparatório: a implosão das Torres Gêmeas, em setembro de
2001.
5. Os principais alvos têm
sido países islâmicos, envolvendo a geopolítica da energia. Desde 2001 o
Afeganistão está sob agressão. Em 2003, destruição e ocupação do Iraque.
Ataques a Sudão, Somália e Iêmen. Em 2011 a brutal agressão e intervenção
da OTAN na Líbia. Durante todo o tempo, pressão e hostilização a Síria e Irã.
6. Em 2013, a agressão à
Síria foi intensificada com a invasão por mercenários e extremistas,
grandemente armados, com participação das monarquias petroleiras do Golfo
Pérsico, lideradas pela Arábia Saudita, e colaboração da Turquia e de outros
membros da OTAN.
7. Mas, na Síria, o governo
conseguiu resistir, com seus recursos e disposição e com apoio
militar e político da Rússia, inclusive no Conselho de Segurança da ONU.
Ucrânia
8. O êxito, até o momento,
dessa resistência, levou a potência hegemônica retornar a ataques mais
incisivos contra a ex-superpotência, que busca reconstruir-se. Daí, o
recente golpe de Estado na Ucrânia.
9. Ademais, Putin
fortaleceu os laços econômicos e políticos da Rússia com a China e países da
Ásia Central, frustrando a estratégia angloamericana de manter divididas e
vulneráveis as potências capazes de alguma resistência a seu projeto de
governo mundial absoluto.
10. Claro que os EUA nunca
deixaram de reforçar o cerco à Rússia, desde a desmontagem da União Soviética,
instalando bases de mísseis em ex-aliados de Moscou, com destaque para a
Polônia. Teleguiaram a “revolução laranja” na Ucrânia, em 2004, mais um marco
no enfraquecimento desse país de consideráveis dimensões e recursos
naturais e população em grande parte russa.
11. Ao verem contida a
intervenção na Síria – e presenciar o Irã muito pouco abalado pelas sanções e
incessantes hostilizações - os EUA trataram de atingir o flanco da
própria Rússia.
12. Instaram a União Europeia
(UE), sua virtual satélite, a fazer ingressar nela a Ucrânia, visando a pô-la
na OTAN, colocando bases militares contra a Rússia virtualmente dentro desta.
13. Entretanto, o presidente
da Ucrânia, Yanukovych,
constitucionalmente eleito, não concordou em aderir à UE sem discutir as
draconianas condições impostas: adotar as medidas econômicas do figurino do
FMI: cortar em metade o valor das pensões, suprimir benefícios sociais,
demitir funcionários, privatizar mais patrimônio público em favor de
plutocratas, tudo para pagar dívidas com bancos ocidentais.
14. Essas são as medidas às
quais estão amarrados os pífios empréstimos que UE e EUA acabam de
conceder após o golpe, desencadeado a partir de conversa telefônica entre
a Subsecretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, e seu Embaixador na
Ucrânia.
15. Utilizaram-se as redes
sociais e outros meios de arrebanhar massas descontentes e as levaram à praça
Maidan, ignorando elas que suas lastimáveis condições de vida vão piorar
muito após o golpe.
16. A polícia foi acusada de
autora dos disparos feitos por gangs neonazistas e outras extremistas, como foi
constatado pela chefe das relações exteriores da União Europeia e pelo ministro
do exterior da Estonia, conforme conversação telefônica entre ambos, cuja
autenticidade foi confirmada pelo ministro: http://rt.com/news/ashton-maidan-snipers-estonia-946/.
17. Isso é evidentemente
omitido pela grande mídia, que só publica o que interessa aos governos dos EUA,
aliados e satélites, todos subordinados à alta finança e ao big business.
18. Ninguém
deveria desconhecer que ela mente, 24 horas por dia, e ainda mais desde a
destruição, por dentro, das Torres Gêmeas em Nova York, golpe a partir do qual
os EUA institucionalizaram mais instrumentos totalitários de repressão.
19. Mas engana muita gente,
mesmo após ter sido desmascarada inúmeras vezes, como quando se comprovou ter o
Secretário de Estado de Bush, Colin Power, mentido descaradamente sobre a
existência de armas de destruição de massa no Iraque, negada pelo próprio
observador das Nações Unidas.
20. É ao big business que
agrada o golpe na Ucrânia, após já vir lucrando, antes dele, em negócios com os
oligarcas corruptos atraídos para a órbita da oligarquia financeira,
principalmente britânica.
21. De fato, anunciam-se
novos acordos com as petroleiras angloamericanas (Chevron etc.) para
extrair xisto, pelo processo altamente poluente fracking, bem como a
cessão de terras ao agronegócio norte-americano, Monsanto à frente, com intenso
uso dos letais transgênicos e agrotóxicos, nas grandes extensões férteis da
Ucrânia.
22. O destino dos ucranianos,
se confirmado o ingresso na UE, não diferirá do que assola a Grécia, e se
abaterá também sobre os russos e outras nacionalidades que vivem em territórios
cedidos à Ucrânia pelo bêbado Kruchev.
23. Putin está agindo com
extrema cautela, tendo-se limitado a apoiar o parlamento da Crimeia em seu
desejo de unir-se à Rússia, reforçando efetivos militares na península e no
mar.
24. A China
manifestou-se solidária à Rússia, inclusive por estar investindo na
Ucrânia, como faz em todo lugar suscetível de exportar alimentos e outras
matérias-primas.
25. A renda por habitante da
Ucrânia equivale a 1/3 da russa, que não é alta, e a Rússia já acolheu três
milhões de ucranianos em seu território. O agravamento das condições sociais
levará a maior êxodo para a Europa Ocidental, que já tem enorme desemprego.
Brasil
26. O processo aqui em curso
tem semelhanças com o da Ucrânia: insatisfação com as condições de vida e com a
corrupção; ignorância das causas desses males.
27. Na nova ágora da internet
e redes sociais, circulam versões absurdas como a de que o governo petista tem
por objetivo implantar o comunismo.
28. Na realidade, esse
governo, como seus predecessores, depende do big business transnacional, cujo
domínio intensifica os problemas do País: concentração, desnacionalização e
desindustrialização da economia; dependência tecnológica.
29. Difundiu-se muito no
Brasil vídeo em que uma jovem ucraniana defende liberdade e democracia no
errado contexto das massas iludidas na Ucrânia pelos mobilizadores do golpe. Na
realidade, uma peça produzida por empresa de marketing político, sob os
auspícios da agência norte-americana “National Endowment for Democracy”.
30. Este e outros braços do
império acionaram as ONGs a seu serviço, a par dos nazistas, conforme a
tradição da CIA, desde o final da 2ª Guerra Mundial. O que se vê na
Ucrânia são homicídios, vandalismo e torturas, reiteradas agora com tiros sobre
manifestantes pró-Rússia.
31. O objetivo da oligarquia
financeira angloamericana no Brasil, até para prosseguir apropriando-se de seus
recursos de toda ordem, é intensificar a desnacionalização e demais
instrumentos para enfraquecê-lo.
32. Os meios de controle da
informação - inclusive espionagem eletrônica, hacking - combinam-se com a
corrupção de todo o sistema institucional. A presidente é acuada para
aumentar o ritmo das concessões.
33. Estão presentes as
consequências das falhas estruturais da economia brasileira, que venho, de há
muito, denunciando, as quais se poderão manifestar de forma aguda após julho,
apesar de haver eleições em outubro.
34. A crise brasileira tem
face interna - física e financeira - como o serviço da dívida: R$
900 bilhões para 2014; e face externa: déficit nas transações correntes com o
exterior acumulando US$ 188,1 bilhões em três anos (US$ 81,4 bilhões só em
2013).
35. Além disso, seus efeitos
econômicos e sociais podem ser agravados pelas repercussões do colapso
financeiro no Hemisfério Norte, próximo de ressurgir.
* - Adriano Benayon é doutor em economia e
autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.
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08:30
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Adriano Benayon
terça-feira, 4 de março de 2014
Jurômetro
http://www.jurometro.com.br/
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Francisco Rubió · Professor na empresa Faculdade de Medicina da UFMG
A explicação dada é muito interessante, mostrando o que pode ser feito com os recursos dos impostos reservados para pagar juros da dívida pública. No entanto, por trás deste crescimento exponencial do valor da dívida, tem uma idéia que foi introduzida no nosso país, pelos círculos financeiros internacionais e nacionais - o capital financeiro, especulativo e parasitário que suga o capital produtivo e trabalhador, atrás do lucro desvinculado da produção. Estes setores internacionais acumulam um estoque, hoje, no Brasil, de mais de 750 bilhões de dólares. Depois de instalada a crise dos derivativos, provocado pelas transnacionais estrangeiras e banqueiros dos países da Europa e dos EUA, Japão, os bancos centrais destes paises emitiram moedas aos trilhões, injetaram nos bancos e multinacionais quebradas pela sua própria irresponsabi...Ver mais
- Francisco Rubió · Professor na empresa Faculdade de Medicina da UFMGa idéia embromadora de que falei, implantada no Brasil pelos especuladores, é que se deve controlar a inflação através do aumento da taxa básica de juros. Esta é a conversa que agrada aos banqueiros e especuladores, que vivem de juros, parasitando os setores produtivos da nação.
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14:14
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segunda-feira, 3 de março de 2014
A oligarquia deseja a depressão - Adriano Benayon - 24.02.2014
De: Adriano Benayon [mailto:abenayon.df@gmail.com]
Enviada em: segunda-feira, 3 de março de 2014 21:07
Para: yara_gouvea@hotmail.com
Assunto: artigo: A oligarquia deseja a depressão
Enviada em: segunda-feira, 3 de março de 2014 21:07
Para: yara_gouvea@hotmail.com
Assunto: artigo: A oligarquia deseja a depressão
Com cumprimentos,
AB
A oligarquia deseja a
depressão
Adriano Benayon *
24.02.2014
É hora de abrir o
olho. Estamos no Brasil e no Mundo em situação especialmente perigosa, de que
há copiosas manifestações, cujas causas são sistematicamente ocultadas,
pois os que estão por trás delas, querem operar despercebidos.
2. As potências
hegemônicas, suas associadas e satélites seguem em depressão econômica, com
aspectos mais perversos que os da iniciada em 1930 e que só terminou, em
1943, nos EUA - com a mobilização de dezenas de milhões de combatentes na
Segunda Guerra Mundial, mais os vultosos investimentos para produzir armas. Na
Europa e na Ásia, a depressão foi substituída pela devastação.
3. A terrível Guerra
de 1939 a 1945 não foi desencadeada para acabar com a depressão, pois sempre os
móveis são obter mais poder, arruinar potências vistas como rivais e desviar o
foco dos reais problemas sociais e econômicos.
4. Agora, desde a
contra-revolução liberal dos anos 80, a financeirização e a concentração do
poder econômico e da renda deram grandes saltos, enquanto decai o patrimônio e
a renda real, no caso da grande maioria dos que trabalham e no da
crescente massa dos desempregados.
5. Essa iniquidade
jamais poderia ser tolerada sob sistemas democráticos. Assim, quase nada resta
do pouco de democracia, antes presente nos sistemas políticos representativos,
hoje mera embalagem, com rótulo falso, de um sistema tirânico, que
investe massivamente em contracultura, desinformação e alienação, há mais de
século.
6. Assim,
institucionalizou-se a mentira, e a verdade é reprimida através de
instrumentos totalitários, radicalizados desde os ataques 11.09.2001.
7. O terrorismo
de Estado dirige-se contra os cidadãos e é usado para marquetar, como
justas, agressões militares genocidas contra países alvos da geopolítica da
oligarquia angloamericana: Afeganistão, Iraque, Somália e Líbia.
8. Além disso, EUA,
Reino Unido, Israel e satélites têm intervindo em numerosos países com golpes e
pretensas revoluções suscitadas por serviços secretos, mercenários e
organizações terroristas. Síria e Ucrânia são alvos preferenciais dessas
agressões, sem falar nas permanentes pressões e falsas acusações contra o Irã.
9. O prelúdio da
Segunda Guerra Mundial, nos anos 30, também apresentou invasões e conflitos
localizados, e a ascensão de regimes fascistas (Itália, Alemanha e Japão), além
de na Espanha, após sangrenta guerra civil, de 1936 a 1939, com participação de
forças militares estrangeiras.
10. No presente, a
depressão econômica prossegue, bem como suas trágicas consequências sociais. A
oligarquia financeira está cada vez mais concentrada e tem cada vez mais poder
sobre os governos – à exceção dos demonizados, por não se submeterem -
pela mídia e pelas demais instituições formadoras de opinião.
11. A oligarquia não
deseja acabar com a depressão - tarefa fácil, se fosse decidida – e visa
concentrar mais poder e tornar irreversível o controle totalitário sobre o
Planeta, seus recursos e habitantes. Isso envolve desumanizar os seres
humanos, inclusive acabando com as sociedades nacionais.
12. As
soluções para recuperar a economia podem ser entendidas por qualquer pessoa
sensata, não bitolada por lugares comuns disseminados pelos economistas mais
renomados (justamente por agradarem a oligarquia).
13. A
depressão dos anos 30, explodiu com violência, notadamente na Alemanha,
exaurida pelas reparações da 1ª Guerra Mundial. Ali o desemprego atingiu 6
milhões em março de 1932.
14.
Economistas competentes, como Lautenbach, alto funcionário do ministério da
economia, mostraram o caminho correto, apoiado pela federação das indústrias,
semelhante ao plano de Woytinski, sustentado por sindicatos de trabalhadores.
15.
Em 1931, Lautenbach apresentou o memorandum “Possibilidades para reviver a
atividade econômica, através do investimento e da expansão do crédito”.
Afirmou:
“O
curso para superar a emergência econômica e financeira não é limitar a
atividade econômica, mas aumentá-la, porque o mercado não mais funciona nas
condições de depressão e crise monetária mundial.”
“Neste
momento, temos situação paradoxal, na qual, apesar dos cortes extraordinários
na produção, a procura ainda está defasada em relação à oferta. Assim, temos
excedentes crônicos da produção, com os quais não sabemos lidar. Encontrar
algum modo de transformar esses excedentes em valor real é o problema real e o
mais urgente da política econômica.”
“Excedentes
de bens físicos, capacidade não-utilizada dos equipamentos produtivos e força
de trabalho não-aproveitada podem ser aplicados para satisfazer uma nova
necessidade, a qual, do ponto de vista econômico, representa investimento
de capital. Podemos conceber tarefas como obras públicas, ou obras realizadas
com apoio público - que para a economia significariam aumento da riqueza
nacional - e que teriam de ser feitas de qualquer modo, quando se
voltasse a ter condições normais (construção de estradas, expansão do sistema
ferroviário, melhoramentos na infra-estrutura, etc.)”
“Com
tal política de crédito e investimentos, será remediado o desequilíbrio entre a
oferta e a procura no mercado interno, e toda a produção terá ganhado direção e
objetivo. Se, todavia, deixarmos de instituir tal política, estaremos
encaminhados para inevitável e continuado colapso e para a completa destruição
da economia nacional, levando-nos a uma situação que nos forçará, para evitar
uma catástrofe, a assumir dívidas de curto prazo meramente para fins de
consumo; enquanto que hoje, está ainda em nosso poder obter esse crédito para
fins produtivos e, assim, recolocar em equilíbrio tanto a economia como as
finanças públicas.”
16.
Woytinski recomendou explorar oportunidades de complementar as iniciativas das
empresas privadas com a criação de empregos, através de investimentos públicos.
Propôs, ainda, a liberação de fundos, via políticas de expansão monetária para
a reconstrução da Europa.
17. Em
janeiro de 1932 foi apresentado o plano de criação de empregos WTB (Woytinski,
Tarnow e Baade) para criar 1 milhão de novos empregos, com investimentos financiados
por créditos de longo prazo, a juros baixos, pela Reichskredit AG,
descontáveis no Reichsbank.
18. A
Confederação Geral dos Trabalhadores Alemães aprovou esse plano, recusado,
entretanto, conforme o parecer dos “peritos economistas” Hilferding, Naphtali e
Bauer, pelo Partido Social-Democrata..
19.
Schäffer, secretário de Estado do ministério das Finanças, apoiou o plano
de Lautenbach. Moção similar partiu de Wagemann, chefe do
Escritório Nacional de Estatísticas, que, em janeiro de 1932, publicou seu
plano, que incluía emitir 3 bilhões de reichsmarks para criar empregos.
20. Nada
disso foi adiante, pois não interessava à oligarquia angloamericana. Esta
armava a subida de Hitler ao poder, mesmo tendo os nazistas perdido 2 milhões
de votos nas eleições de 6.11.1932.
21. Após
essas eleições, o presidente, marechal Hindenburg, nomeou chanceler o chefe do
Estado-Maior, general von Schleicher, que propunha pôr em execução as políticas
recomendadas por Lautenbach, Woytinski e Schäffer, e apoiadas por entidades de
classe patronais e dos trabalhadores.
22. A
oligarquia financeira tratou de evitar que von Schleicher sequer as iniciasse,
minando-lhe a sustentação política, enquanto conspirava na chantagem
junto ao marechal-presidente para nomear Hitler, consumada em 30.01.1933.
23. O
objetivo era a Segunda Guerra Mundial, pois Hitler anunciara no “Mein Kampf”
seu desígnio de atacar a União Soviética. Finalidade: empregos e recuperação
econômica só mediante a mobilização para a guerra, que destruiria
mutuamente Alemanha e Rússia.
24.
Hoje, o Estado é enfraquecido como agente de desenvolvimento econômico e
social. Ele serve, nos países-sede da oligarquia, para erguer
enormes arsenais de armas destrutivas e hipertrofiar órgãos de repressão,
serviços secretos e meios tecnológicos de desinformar.
25. Nos países
periféricos, como o Brasil, o Estado, empobrecido pelo serviço da dívida e
pelas privatizações, funciona para arrecadar recursos para a dívida e subsidiar
empresas transnacionais.
26. Com a política econômica dominada pela oligarquia
financeira, a concentração não cessa de crescer. No trabalho The
Network of Global Corporate Control, publicado em 2011, os matemáticos suíços, Vitali, Glattfelder e Battiston, demonstraram a interligação das
corporações econômicas e financeiras por laços diretos e indiretos de
propriedade.
27. Com dados sobre 43.000 transnacionais (ETNs), chegaram a
1.300 maiores companhias com fortes elos entre si, núcleo refinado para um de
só 737 companhias, que controlam 80% das 43.000. Mais elaboração permitiu
chegar a 147, detentoras da propriedade quase total sobre si mesmas, mais 40%
das 43.000.
28.
As 147 são basicamente controladas por somente 50, das quais 48
são financeiras. Apenas duas envolvem-se diretamente com a economia real
(Walmart e China Petrochemical Group).
29. Susan George, do Transnational Institute, Amsterdam,
conclui: “Nossos problemas originam-se do 0,1%, na verdade do 0,001%.”
Mas essa fração não retrata a dimensão infinitesimal, em relação à
população da Terra, da minoria que concentra o poder econômico, financeiro e
político.
30. De fato, existe hierarquia entre os donos das companhias
mais poderosas, e, entre esses, muito poucos exercem comando sobre bancos
centrais, instituições financeiras multilaterais e mercados financeiros.
31. George aponta as interligações entre a finança e as
corporações de petróleo e gás, e seus vínculos com a indústria
automotiva, gastadora de combustíveis fósseis.
32. O poder dos concentradores financeiros manifesta-se,
inclusive, pelo fato de o 1% do topo pagar percentual de tributos
inferior ao de qualquer época desde os anos 20, apesar da enorme elevação de
seus ganhos e de seu patrimônio nos últimos 35 anos.
33. Mais: dezenas de trilhões de dólares/euros das emissões dos
bancos centrais e das receitas tributárias foram usados para salvar da
bancarrota instituições financeiras cujos controladores e executivos haviam
lucrado dezenas de trilhões com jogadas financeiras, em operações alavancadas, sobre
tudo com o quatrilhão de derivativos criados a impulsos de chips, antes do
colapso de 2007/2008.
34. Pior: o dinheiro posto nos bancos é aplicado em novas
especulações, criando novas bolhas, prestes a estourar. A conta fica para os
cidadãos dos países endividados, inclusive dos EUA, e maior para os dos menos
privilegiados que não podem emitir dólares.
35. No Brasil, recordista mundial de juros altos, só dois
bancos, Itaú e Bradesco registraram R$ 28 bilhões de lucros em 2013.
* - Adriano Benayon é doutor em economia e
autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.
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18:14
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domingo, 2 de março de 2014
Racionalidade energética, exercitamos isso?
Racionalização ou PIB
Algo absolutamente estranho no Brasil é sentir que campanhas
a favor do uso racional da energia, cuidados com a produção de lixo, otimização
das cidades etc. é tema ausente nas propagandas e trabalhos de muitos governos,
principalmente na área federal.
Parece que o lema é “consumir que a Dilma garante”.
Em debates sobre o Setor Elétrico, por exemplo, temos a
impressão de que as palavras mais citadas são: subsídio, redução de encargos,
diminuição de tarifas.
Eventualmente ouvimos algo notável, mas os editorialistas
das grandes emissoras de TV preferem “os agentes” para debater em nosso nome
temas que nos afetam. Para estragar tudo, quando querem algo diferente levam
para seus programas pessoas que cansaram de dizer bobagens, de preferência
residentes em SP, onde ganham extras em suas ONGs e consultorias.
Realmente é difícil descobrir pessoas equilibradas,
competentes e com desprendimento para mostrar e falar com credibilidade.
A questão ambiental é severa, outros detalhes do Setor
Elétrico são significativos, mas precisam de conhecimentos técnicos profundos
para compreensão de pessoas leigas.
Credibilidade dos engenheiros? O exercício profissional e o
aluguel de conhecimentos é um problema sério que supera éticas e sinceridades.
Um país com duzentos milhões de habitantes precisa de tudo,
inclusive de projetos impactantes, fazer o quê?
Algo extremamente positivo foi ver nossa Presidenta
enfrentar ONGs radicais. Estavam parando o Brasil. Suas propostas eram caras e
extemporâneas, afinal aqui pagamos muito pelo que as nações mais atentas à
tecnologia e industrialização criaram, produzem e exportam.
Poderemos dentro de alguns anos ter soluções fantásticas e
acessíveis, elas estão sendo estudadas em grandes laboratórios e com recursos
sem limites. Grupos poderosos da indústria elétrica trabalham sem cessar, aqui
usamos essas empresas para esquemas de corrupção...
E nossa Presidenta economista, quer simplesmente aumentar o
PIB? Terá ido de um extremo ao outro? Há alguns anos o Governo Federal parecia
cauteloso demais, a sensação era a de que éramos reféns de xiitas verdes e indigenistas,
e agora?
Entre os extremos de políticas radicais e propostas feitas pelos
ambientalistas e a FUNAI, CIMI etc. contraditadas pelos que entendem em
“progressos” a qualquer custo deve existir um espaço mais sensato do que o
atual, principalmente quando descobrimos que o estímulo ao consumo de energia,
por exemplo, está custando caro demais.
Pior ainda, no modelo institucional e mercantilista do Setor
Elétrico imensos aproveitamentos de energia hidrelétrica estariam travados para
fábricas que mais exportam energia do que manufaturados com o máximo de valor
agregado? Qual é a lógica de defesa do consumidor comum e das condições
naturais do Brasil?
O absurdo da exportação formal de nióbio é um exemplo que
muitos patriotas já não têm voz para denunciar. Até quando?
A produção para exportação de alumínio, soja e até petróleo
e outras “commodities” (usando o anglicismo adorado pelos economistas) com
privilégios fiscais é algo criminoso, pois devasta e degrada espaços que,
cinicamente, os povos importadores depois apontam como nossos crimes contra a
Humanidade.
Naturalmente indústrias eletrointensivas e outras
consumidoras de produtos primários querem mais e pagar menos, é correto isso?
Estão ganhando direitos de exploração durante décadas “comprando” projetos com
que dinheiro? BNDES? FAT?
No Brasil havia a diretriz de condução para um mercado livre
e realista de energia, perdemos essa preocupação? O mercado livre é privilégio
de alguns? Tarifas reais são inflacionárias? A carga tributária adicional para
pagar a diferença não é custo?
Usam como referência países mais industrializados. Não
dizem, contudo, que enquanto aqui fazem lingotes de alumínio, ferro e aço,
rolos de papel etc. lá eles criam, desenvolvem e produzem artigos sofisticados,
inclusive painéis solares e outras máquinas e sistemas de aproveitamento de
energia renovável que não fazemos e querem vender.
Renunciamos à tecnologia da energia no início do século
passado, quando “grandes economistas” e até donos de jornais diziam que os
brasileiros deviam se limitar a produzir boi, café, látex, minério de ferro e
coisas assim.
Nações mais competentes exportam indústrias poluentes e
estimulam atividades industriais mais sofisticadas. Usam criteriosamente a
energia.
Felizmente avançamos e no caso das eólicas já existe no
Brasil uma capacidade de produção e desenvolvimento. Algumas fábricas
brasileiras competem ferozmente com países onde a miséria atual ou recente e a
novidade do desmonte de estruturas ditatoriais criam bolsões de trabalho
escravo.
Aproveitamos o submundo do capitalismo.
A Petrobras retomou pesquisas sofisticadas, mas está sendo
inviabilizada pela contenção de tarifas de combustíveis, é justo e necessário
agir assim?
Mataram a Eletrobras (tiraram os acentos agudos para facilitar
a internacionalização de nossas grandes estatais), para quê?
Combater a inflação sinalizando custos fictícios de energia
é um absurdo que na década de setenta quebrou o Brasil. Vamos repetir a dose?
Cascaes
2.3.2014
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às
06:39
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