quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Normas Técnicas e o incêndio em Santa Maria


Um Brasil confuso e perdido em querelas permanentes
O incêndio que matou, por enquanto, algo em torno de 250 jovens e adultos em Santa Maria está desvelando o clima de omissão e desrespeito à vida do povo brasileiro.
Não bastassem os caprichos dos órgãos ambientais atrasando demais obras essenciais, corrupção, projetos mal feitos etc. agora descobrimos que o Brasil não tem uma legislação consolidada para proteção e vigilância contra riscos de incêndio.
O Congresso Nacional gasta seu tempo de forma inadequada, o Governo Federal está desesperado para atender a FIFA e seus apoiadores no Brasil e a campanha eleitoral de 2014 já começou. O quê dá voto? E a segurança do nosso povo?
Nada mais natural, portanto, que as favelas queimem sucessivamente, depósitos de produtos perigosos existam em locais inadequados etc.
A reportagem (Brasil não tem lei nacional com regras de proteção contra incêndio, 2013) diz tudo e mostra um quadro assustador. Deduz-se que o problema é muito maior, tornando o Brasil um país perigoso, além dos problemas de segurança por assaltos, sequestros, crimes passionais ...
Precisamos de uma auditoria detalhada, precisa e não açodada do que houve em Santa Maria assim como de outros acidentes que mereceriam ser reabertos a análises meticulosas.
Engenharia de Segurança é ciência que se aplica, mal e porcamente, em ambientes públicos fechados e indústrias e prédios comerciais. A reportagem explica o porquê. Vamos para a Copa do Mundo desse jeito? Aceitamos viver assim? Continuaremos a dar vexames?
O pesadelo é enorme e visitando, por exemplo, escolas do ensino fundamental descobrimos situações hediondas, que educação estamos dando?
Uma situação confusa é a de definição de normas técnicas (ABNT) e sua independência em relação ao governo. Se os gestores da ABNT quiserem aceleram uma norma ou outra, relegando questões que seriam mais importantes. Não existe atenção para nada e o pior é a situação dos alvarás e tolerâncias em construções, ocupações, empreendimentos comerciais, escolas, estradas, estado de conservação de prédios, pontes etc.
Nunca é demais repetir. Os impostos arrecadados são mal distribuídos e a liberação de verbas um processo digno de grandes cidades, as pequenas sofrem até para saber como visitar algum ministério em Brasília.
De qualquer forma o Governo (em todos os níveis) precisa ter um plano técnico bem definido apontando carências, metas e diretrizes. Feitos por quem?
O pesadelo é que a estrutura de governo é dominada por tecnocratas que se acostumaram mal, esperar o quê deles? Pedidos de planos de carreira?
A meritocracia não existe de forma adequada em instituições públicas e o relacionamento das administrações públicas com entidades privadas é contaminada pela dúvida.
Precisamos de consultorias de altíssima credibilidade, empresas de projeto bem formadas e um padrão ético que está longe de ser atingido.
Tudo isso talvez seja o resultado de relacionamentos inadequados entre patrocinadores de campanha e seus funcionários, quero dizer, candidatos.
A fumaça foi o grande vilão assassino em Santa Maria, vale, por isso, transcrever da reportagem citada a declaração: “No caso da lei vigente no estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, dispositivos de extração de fumaça (aberturas no teto) e detector de fumaça não são obrigatórios. “Se o escape fosse obrigatório, a fumaça, no caso de Santa Maria, dissiparia muito mais rápido. As pessoas morreram intoxicadas lá. Já com o detector de fumaça, rapidamente os seguranças perceberiam o incêndio e ajudariam a liberar as pessoas logo no começo do incêndio”, afirma o engenheiro civil e coordenador do CB-24 RS Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio da ABNT núcleo RS, Carlos Wengrover Rosa.”
Diante de tudo isso, será que agora teremos uma Medida Provisória que evite “falhas humanas” dessa espécie?
Tecnologia não falta e se a ABNT não tiver normas suficientes que se adotem normas internacionais, dando tempo aos grupos de trabalho que devem existir...

Cascaes
28.1.2013
SP, G. (28 de 1 de 2013). Brasil não tem lei nacional com regras de proteção contra incêndio. Fonte: G1: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/01/brasil-nao-tem-lei-nacional-com-regras-de-protecao-contra-incendio.html

domingo, 27 de janeiro de 2013

A responsabilidade de quem tem poder de evitar um delito ou crime


A responsabilidade de quem tem poder de evitar um delito ou crime
No Brasil vivemos um cenário kafkiano que produz constantemente acidentes absurdos ( (Incêndios em favelas de São Paulo não sensibilizam vereadores, 2012), (Alvará de boate incendiada estava vencido desde agosto, diz bombeiro, 2013)). Nomeações e ações em qualquer escalão demonstram, de modo geral, um tremendo desrespeito pela vida das pessoas mais humildes, de castas inferiores. Grandes concessionárias carecem de competência para solucionar questões elementares.
Se algum acidente atinge uma cabeça coroada o caso se transforma em noticiário longo, repetido e emotivo. Quando, entretanto, autores e vítimas são pessoas desconhecidas transformam-se em simples estatísticas, quando muito em matéria de programas de qualidade discutível. No Brasil é natural que toda criança queira ser artista, modelo ou jogadora de futebol, dá mídia e ganha-se muito, se o sucesso acontecer.
Em tese somos todos iguais perante a Lei, mas como enfrentar a Lei tudo é diferente, dependendo de poderes monetários e outros. Os processos que o Ministério Público aponta, significando fortunas desviadas de obras extremamente importantes, são a demonstração disso. Fossem ladrões de ninharias e indivíduos comuns já estariam apodrecendo em penitenciárias da pior espécie.
No acidente de Santa Maria, que até agora matou em torno de duzentos e cinquenta pessoas, jovens em sua maioria, vimos autoridades dizendo que o alvará estava vencido, que faltava isso ou aquilo. Tudo indica que era um local muito frequentado, não podendo ser ignorado. Lembramos até de nossas linhas de comunicação embarrigando e sendo rompidas por caminhões (Cascaes, Serviços Essenciais) e as calçadas intransitáveis de Curitiba (Cidade do Pedestre). Todos veem o que existe. As autoridades também não podem em hipótese alguma alegar ignorância. Por avenidas e ruas por onde passam funcionários de concessionarias, da prefeitura, vereadores, o Prefeito, a população em geral parece não existir nada que provoque intervenções eficazes ou estimule o pessoal a parar de pilotar escrivaninha. As prioridades se definem em pesquisas e precárias e critérios estranhos,  as ações são insuficientes ou desinteligentes.
Do Governo surgem multas e outras penalidades, via de regra desprezíveis para quem é rico.
Para o discurso fácil centram os questionamentos em tarifas e contas formais. A boa Engenharia  (Cascaes, A formação do Engenheiro e ser Engenheiro) é secundária, o importante é preservar valores superados à necessidade de maior segurança. É pouco?
Nossas cidades cresceram demais nesse último meio século, nossos líderes, contudo, foram educados com as ciências dominantes há meio século e não acompanharam a tremenda evolução e crescimento de tudo, principalmente de grandes aglomerações humanas em qualquer tipo de evento mais charmoso.
Está na hora de se colocar a Engenharia em seu lugar de destaque. A beleza de qualquer obra precisa, acima de tudo, ser aprovada pelos bons profissionais, inclusive na área social e ambiental.
Temos estudos de impacto ambiental urbano, só para lembrar (Cascaes, Mirante da Sustentabilidade e Meio Ambiente)?
Não, ao contrário, graças a uma tal de Lei do Solo Criado (Planejamento) existe a possibilidade de se agravar situações já precárias.
Novos prefeitos, tragédias diárias, será que evoluiremos?
Cascaes
27.1.2013
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Cidade do Pedestre: http://cidadedopedestre.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Mirante da Sustentabilidade e Meio Ambiente: http://mirantedefesacivil.blogspot.com.br/
Fernandes, S. (26 de 9 de 2012). Incêndios em favelas de São Paulo não sensibilizam vereadores. Fonte: Rede Brasil Atual: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2012/09/apos-68-incendios-em-favelas-em-2012-vereadores-faltam-a-cpi-e-investigacoes-nao-avancam
Planejamento. (s.d.). Solo Criado - o que é, valores e como comprar. Fonte: Prefeitura de Porto Alegre: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/default.php?p_secao=140
RS, G. (27 de 1 de 2013). Alvará de boate incendiada estava vencido desde agosto, diz bombeiro. Fonte: G1: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/01/alvara-de-boate-estava-vencido-desde-agosto-dizem-bombeiros.html

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Eventos de Segurança com Eletricidade


De: ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE ENGENHEIROS ELETRICISTAS [mailto:informatica@crea-pr.org.br]
Enviada em: quarta-feira, 23 de janeiro de 2013 23:01
Para: jccascaes@onda.com.br
Assunto: Eventos de Segurança com Eletricidade

Prezado/a JOAO CARLOS CASCAES, você está recebendo um boletim da sua Entidade de Classe.

Caros Colegas:
A APEE, está apoiando o   SEMINÁRIO sobre SEGURANÇA ELÉTRICA que ocorrerá no dia 19/02, no auditório do Instituto de Engenharia do Paraná à Rua Emiliano Perneta, 174 - 2º andar. As inscrições são gratuitas. 
As inscrições podem ser efetuadas entre 8:30 e 17:00hs pelo fone 11-4028-5451 com a Sra. Waneide, ou ainda pelo e-mail secretaria@abracopel.org.br
 Esperamos vocês por lá
APEE e Equipe ABRACOPEL












------------------------------------------------------------------------------------------------- Boletim enviado pela entidade de classe: ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE ENGENHEIROS ELETRICISTAS. Através de seu acesso restrito nos serviços do CREA-PR.

Qual é a ética e prioridades na administração pública?

Qual é a melhor opção - asfalto - paver - concreto - pedra?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Gerenciamento técnico de grandes empresas e a meritocracia



Qualquer espécie de empresa, companhia ou a mais simples repartição pública do mundo sofrem os efeitos da má gestão técnica (diante das fragilidades do ser humano vide (Nietzsche)). Na sociedade civil e militar inúmeras formas de cooptação e atribuição de valores facilitam a vida dos incompetentes tecnicamente, mas extremamente habilidosos na arte da bajulação. Essa fragilidade torna-se altamente perigosa em serviços essenciais ou instalações e serviços que ofereçam risco de grandes acidentes.
A complexidade das estruturas para satisfação das necessidades de sociedades mais e mais sofisticadas e dependentes de empresas gigantescas é algo assustador, quando vemos “coisas” que vão da crise econômica internacional, criada pela desonestidade de mega-executivos financeiros até a sequência de apagões que se abateu sobre o Brasil.
A questão não é mais o bueiro voador, simplesmente, e sim regiões brasileiras que ficam sem energia elétrica, por exemplo, porque algum raio que o parta atrapalhou as férias do pessoal...
Fica a dúvida: qual é a situação real das grandes hidrelétricas e suas barragens? As refinarias estão em mãos competentes? Podemos acreditar no PréSal? Temos tranquilidade para morar e/ou trabalhar no último andar de qualquer prédio?
No Brasil o gerenciamento de empresas caiu em lógicas de oportunismo político e diretrizes simplórias, como, por exemplo, praticar preços e tarifas ridículos.
Internacionalmente o problema não é muito diferente, afinal a competição radical reduz margens de segurança em tudo, até na construção e operação de grandes navios.
A humanidade deve e pode calcular riscos e avaliar custos e benefícios. Para isso precisamos de transparência técnica total, sem o filtro de “conselhos” e pudores pessoais assim como a nomeação de gerentes de companhias de qualquer espécie (desde que de interesse público, como, por exemplo, grandes bancos) e repartições públicas deve subordinar-se à meritocracia e disciplinar-se pela boa gerência.
Um bom chefe, vamos falar assim, tem na qualidade de suas decisões a prioridade zero. Para isso não pode ser eleito através de critérios diferentes do que a própria e melhor competência técnica.
Infelizmente entende-se que as empresas são espaços livres de famílias ou partidos políticos, organizações de atribuição de valores e outras formas de coleguismo ou subordinação que não a qualidade do serviço.
Utopia ou não a sociedade precisa se preocupar com os lugares que frequenta, os serviços que utiliza, o que consome etc.. No Brasil até as Normas Técnicas devem ser compradas se o cidadão quiser saber o que significam os selinhos e carimbos. Quantas normas regem a fabricação de um copo de água?
A internet, quando funciona e é de boa qualidade, permite transparência e avaliações importantes. A melhor fiscalização é aquela que o alvo da auditagem não sabe quem, quando, onde e como está sendo avaliado.
Nossa Presidenta tem dito de imediato (após apagões, incêndios etc.) que erros humanos são as causas de acidentes graves. Com certeza o principal é a lógica de nomeação e de valorização de equipes técnicas. Quem errou?

Cascaes
18.1.2013
Nietzsche, F. (s.d.). Humano, Demasiado Humano (2 ed.). (A. C. Braga, Trad.) escala.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O samba energético no Brasil - carnaval?

Atenção, quando falo Boa Esperança quero dizer Belo Monte

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Um sistema interligado hidroeólico para o Brasil - Joaquim F. de Carvalho e Ildo L. Sauer


Cascaes
A EPE coloca em torno de 30% o fator de capacidade dos parques eólicos.
Em nosso artigo adotamos um valor médio de 22%, para ficar do lado seguro.
Abraço,
Joaquim
P.S. Em anexo vai o artigo em world.



Valor Econômico                         1º de novembro de 2012
Um sistema interligado hidroeólico para o Brasil
Joaquim F. de Carvalho e Ildo L. Sauer
O Brasil dispõe de potenciais hidrelétrico e eólico que lhe abrem a possibilidade de produzir, de forma renovável e sustentável, toda a energia elétrica que consome - e consumirá, quando a população estiver estabilizada em 215 milhões de habitantes, o que, segundo o IBGE, deverá acontecer por volta de 2050.
A interligação dos parques eólicos com a rede hidrelétrica, visando a estruturar um sistema hidroeólico, contribuirá para suavizar a intermitência dos ventos, pois isso permite que se firme a energia eólica mediante a sua "acumulação", por assim dizer, nos reservatórios hidrelétricos, nas épocas de ventos abundantes, para ser usada nas temporadas secas.
A interligação dos parques eólicos entre si também contribui para contornar o problema da intermitência dos ventos, por meio do chamado "efeito portfólio", pelo qual, à semelhança de uma carteira de ações na bolsa de valores, a produção conjunta de todos os parques varia menos do que as produções individuais de cada um.
Graças ao seu imenso potencial hidrelétrico - e à possibilidade, ainda existente, de se implantarem grandes reservatórios de acumulação - o Brasil tem uma extraordinária vantagem comparativa em relação à maioria dos países europeus e asiáticos, que são obrigados a apelar para as onerosas e poluentes usinas termelétricas convencionais ou para as antieconômicas centrais nucleares que, ademais, expõem as populações a inaceitáveis riscos de acidentes catastróficos.
Naturalmente - além de se orientar por critérios técnico-econômicos e ambientais - a implantação de parques eólicos e, principalmente, de novos reservatórios hidrelétricos deve respeitar o direito das populações regionais, particularmente as ribeirinhas, mediante a execução de programas de reassentamento, planejados em cooperação com as lideranças locais.
Entretanto, determinados segmentos da sociedade têm a percepção de que a geração hidrelétrica é invariavelmente deletéria, por causar a "artificialização das bacias hidrográficas". Devido a essa percepção equivocada, o Brasil corre o risco de ser obrigado a imitar países que, não dispondo de vantagens como as brasileiras, têm que apelar para usinas termelétricas convencionais ou nucleares.
Na verdade, os reservatórios hidrelétricos podem ser aproveitados para múltiplas finalidades, tais como regularização de vazões, transporte fluvial, irrigação de grandes áreas visando à produção agrícola, pesca interior, turismo ecológico, etc. Todos esses usos requerem a preservação das matas ciliares e são ambientalmente benéficos, ao contrário do que supõem os adversários emocionais dos reservatórios hidrelétricos.
Um notável exemplo de uso múltiplo de bacia hidrográfica é o da usina hidrelétrica de Três Marias, originalmente projetada apenas como reservatório de regularização, para irrigar 100 mil hectares do Projeto Jaíba, em Minas Gerais. Esse reservatório (que cobre uma área maior do que o dobro da Baia da Guanabara) é responsável pelo desenvolvimento da outrora paupérrima região nordeste de Minas. A geração hidrelétrica foi apenas uma decorrência de sua construção. Outro exemplo é o da hidrelétrica de Sobradinho, que permitiu o desenvolvimento do maior polo de fruticultura irrigada do Brasil.
Ainda outros exemplos são algumas hidrelétricas da Light e da Cesp, cujos reservatórios regularizam a vazão da bacia do rio Paraíba do Sul e permitem a captação de água para a região metropolitana do Rio de Janeiro e algumas cidades do trecho paulista daquela bacia.
Um sistema hidroeólico estruturado nas condições brasileiras seria inteiramente sustentável e teria capacidade para cobrir indefinidamente a demanda brasileira por energia elétrica. As usinas térmicas a gás natural já existentes, com suprimento flexível de combustível, seriam acionadas apenas em períodos críticos, servindo como seguro para otimizar a operação do sistema.
Quanto à verdadeira magnitude do potencial eólico brasileiro, cabe assinalar que, em 2001, o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) realizou um inventário, estimando-o em 143 GW. Estudos mais recentes, promovidos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apontam para um potencial superior a 280 GW. As perspectivas de se inventariar um potencial ainda maior são muito auspiciosas, com a realização de uma rigorosa campanha de medições em todas as regiões promissoras do país - e com os ganhos de escala e aprendizado, resultantes do desenvolvimento tecnológico e da nacionalização da cadeia produtiva eólica.
Por fim, no tocante aos custos da energia elétrica, lembremos que estes se compõem de uma parte fixa, correspondente à amortização do capital investido - e de uma parte administrável, composta pelas despesas necessárias ao funcionamento da usina geradora.
A parte fixa abrange as despesas incorridas na implantação da usina (projetos, equipamentos, construção, montagem e testes), e a parte administrável compreende as despesas de operação e manutenção, seguros, encargos trabalhistas, etc. No caso de usinas nucleares, há também os custos do combustível, do descomissionamento ao fim da vida útil e da administração dos rejeitos radiativos.
Os custos finais devem ser calculados e estabelecidos por meio de negociações entre o poder concedente e o investidor, nas quais entram critérios subjetivos tais como "atratividade" para o investidor e "razoabilidade" para os consumidores; daí o imperativo ético de que o processo seja absolutamente transparente. Assim, no Brasil, o custo da energia hidrelétrica fica em cerca de R$ 80/MWh, o da eólica em R$ 100/MWh e o da nuclear em R$ 200/MWh.
* Joaquim Francisco de Carvalho é pesquisador visitante da Coppe/UFRJ e do IEE/USP. Ildo Luis Sauer é professor titular de Energia do IEE/USP.

Serviços essenciais e uma análise do que vemos no Brasil

Infraestrutura urbana sucateada

Prevenir é melhor do que remediar - energia

domingo, 6 de janeiro de 2013