terça-feira, 29 de abril de 2014

Matutando sobre dinheiro e pensando no desgoverno de nossa Pátria

Dinheiro – a base da fortuna ou da desgraça – a civilização e o Brasil
Afinal o que é dinheiro? O que significa? Ouro? Moedas? Títulos? Propriedades? Poder?
Podemos imaginar alguém caindo de paraquedas no meio do maior deserto do mundo sobre uma montanha de moedas, peças de ouro, diamantes, ao lado de lagos de petróleo, podendo se apropriar de toda a terra em volta, e não ter ali água, sombra, proteção de uma casa, alimentos, remédios essenciais etc.?
O que essa pessoa faria para ter alguns dias mais de vida se pudesse trocar as “riquezas” que descobriu pelo que precisa? Mais ainda, de carinho, amor, pessoas queridas junto para alegria de todos?
Precisamos entender o que significa dinheiro para chegar aos problemas brasileiros...
O dinheiro (1) surgiu ao longo da história da Humanidade para servir de instrumento de troca e guarda de valores que permitissem a seus usuários ter o que precisassem para sobreviver, viver, e melhorar de vida. É, contudo, um simples instrumento de troca de trabalho e de coisas e valores de tudo o que nos interessa.
Por mais ricos que todos sejam, entretanto (acumulando moedas e similares), o dinheiro e todas as riquezas do mundo talvez não sejam suficientes para tornar as pessoas felizes e a aparentemente mais miserável delas talvez viva muito alegre e satisfeita com o mínimo que puder arranjar para sobreviver.
A felicidade é algo subjetivo, cultural, interno às pessoas e é um erro monumental esquecer isso que talvez venha a fazer mais falta que todos os valores que o ser humano puder conquistar.
Seja como for o dinheiro é essencial à nossa sociedade mais e mais populosa.
Talvez tenha sido a invenção mais importante da história da humanidade, pois seria impossível pensar em outra forma de troca de produtos (e sobrevivência) em escala planetária. Até países que ideologicamente renegaram o conceito de dinheiro e capital acabaram por produzi-los discretamente, exceto em sociedades absolutamente fechadas, sem liberdade, muitas delas monásticas, castradas de tudo, inclusive do direito de ter filhos e filhas.
O formato do dinheiro e a sua matéria prima sofreram transformações ao longo da história chegando aos tempos atuais quando cartões de crédito são autênticos produtores de moeda a ponto de na Colômbia, por exemplo, termos sentido restrições ao uso deles em viagem há poucos anos, a explicação: geram inflação e o Governo inibe seu uso.
A má produção de moedas e sua criação com excesso de facilidades realmente servem para desvalorizar seus significados. Acima de tudo a moeda precisa ter valor fiduciário[1] (2), conversibilidade em alguma referência[2] ou natural, por exemplo, a troca e acumulação de animais e terras que o proprietário depois usará para comprar o que realmente lhe interessa.
A descoberta de jazidas gigantescas de ouro e prata fez da Espanha e Portugal países com governantes despreocupados com certas obrigações, assim como o Petróleo poderá ser a ruína de países exportadores desse insumo para combustíveis e a petroquímica.
Note-se ao longo da História da Humanidade a ascensão e a queda de nações que enriqueceram e depois empobreceram em rotas comerciais ou poderes construídos sobre o valor de poucos produtos. O Brasil coleciona exemplos clássicos e de triste memória em torno da monocultura e até da exploração mineral em algumas regiões.
Argentina e Uruguai ganharam fortunas com a produção de carne, esqueceram que bois e plantações têm limites. Desperdiçaram riquezas monumentais.
A Educação para o trabalho, a produção intelectual e industrial, qualidades de organização e disciplina têm demonstrado a excelência de valores capazes de enfrentar e reerguer nações...
Mais ainda, é essencial educar para o trabalho e gerenciamento severo de recursos pessoais e familiares. A nação é o coletivo de seus indivíduos e nada melhor que indicadores de sucesso (ou não) para demonstrar se nossas estratégias educacionais estão certas ou erradas.
Vivemos num país incrivelmente rico, e grande parte de nossa população sobrevive mal e porcamente em função de interesses e conveniência mórbidas de corporações e oligarquias[3] insaciáveis.
Até na “produção” de dinheiro temos critérios simplórios.
Imagina-se que países soberanos emitam dinheiro de acordo com suas possibilidades, algo, contudo, que o Brasil perdeu por força de decisões constitucionais estranhas, viabilizando uma tremenda fonte de recursos para grandes bancos, depositários de títulos e riquezas da nação que assim usam e lucram conforme suas vontades [ (3), (4)]. Ou teremos perdido nossa soberania quando pedimos empréstimos para enfrentar convulsões internas e externas?
Sejam quais forem as estratégias um país de dimensões continentais e excessivamente centralizador precisa de extrema competência no gerenciamento de seus recursos fiscais e capacidade de produção de riquezas. Por aí nossa história é extremamente infeliz e, com certeza, uma das principais razões está na contracultura que repele o trabalho produtivo e inovador, a falta de uma estratégia eficaz de distribuição de impostos e responsabilidades e a desonestidade que tem nessas condições todas as oportunidades possíveis.
Ficamos perplexos analisando o ziguezague ideológico e estratégico (existe uma estratégia de desenvolvimento do país ou de enriquecimento de empreiteiras, empresários oportunistas, bancos e especuladores?) de nossos governantes que, com raras exceções desperdiçam montanhas de dinheiro do contribuinte a favor de prioridades políticas da pior espécie.
Com certeza muitos temem e se assustam com as redes sociais, filmes e até viagens ao exterior. Principalmente nossos jovens devem estar percebendo que muitas de suas desesperanças são o resultado de maus governos. O que aconteceu em junho de 2013 assustou e levou nossas elites estatais e privadas a se articularem de modo a desmoralizar a revolta popular.
Para sorte dessa gente existe a Copa do Mundo para distrair todo mundo; não contavam, entretanto, com o castigo divino que pode rebentar com a imagem de muita gente. A estiagem em São Paulo e sul de Minas Gerais tem um tremendo potencial de perturbação e de conscientização da população, afinal, o que levou o Brasil a esta situação?
Cascaes
29.4.2014
1. Dinheiro. Wikipédia. [Online] http://pt.wikipedia.org/wiki/Dinheiro.
2. Moeda Fiduciária. Mundo dos Bancos. [Online] http://www.mundodosbancos.com/moeda-fiduciaria/.
3. Benayon, Adriano. As Fontes da Dívida brasileira. Engenharia - Economia - Educação e Brasil . [Online] 5 de 12 de 2013. http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com.br/2013/12/as-fontes-da-divida.html.
4. —. Finanças e (sub)desenvolvimento. Engenharia - Economia - Educação e Brasil . [Online] 15 de 4 de 2014. http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com.br/2014/04/financas-e-subdesenvolvimento.html.








[1] Moeda Fiduciária é qualquer título não-conversível, ou seja, não é lastreado a nenhum metal (ouro, prata) e não tem nenhum valor intrínseco. Seu valor advém da confiança (fidúcia, do latim fidere = confiar) que as pessoas têm de quem emitiu o título. A moeda fiduciária pode ser uma ordem de pagamento (cheques, por exemplo), títulos de crédito, notas promissórias, entre outros. Mundo dos Bancos - http://www.mundodosbancos.com/moeda-fiduciaria/
[2] O padrão-ouro não foi pré-projetado, mas sim surgiu a partir de uma aceitação geral da utilidade do ouro como uma moeda universal. Quando as mercadorias competem pelo papel da moeda, aquela que com o passar do tempo perde o menor valor toma o papel. O uso do ouro como dinheiro data de centenas de anos sendo que as primeiras moedas de ouro conhecidas foram cunhadas na cidade-estado grega de Lídia, na Ásia Menor, por volta de 610 a.C. Sabe-se que as primeiras moedas cunhadas na China datam de 600 a.C.4 Durante aIdade Média, a moeda de ouro Soldo do Império Bizantino, também conhecida como Bezante, circulou pela Europa e Mediterrâneo. Mas assim que a influência econômica do Império Bizantino declinou, o mundo europeu tendeu a considerar a prata, ao invés do ouro, como a moeda de escolha, levando ao desenvolvimento de um padrão-prataPennies de prata, baseado no Denário romano, tornou-se a moeda básica da Grã-Bretanha por volta da época do Rei Offa, 796 d.C., e moedas semelhantes, incluindo o denari italiano, o denier francês, e o dinero espanhol circularam pela Europa. Depois da descoberta espanhola de grandes depósitos de prata em Potosí e no México durante o século XVI, o comércio internacional passou a depender de moedas como o dólar espanhol, o taleiro de Maria Theresa, e, na década de 1870, o dólar de comércio dos Estados Unidos.
Nos tempos modernos, as Índias Ocidentais Britânicas foram uma das primeiras regiões a adotar o padrão-ouro. Depois da proclamação da Rainha Ana em 1704, o padrão-ouro das Índias Ocidentais Britânicas era um padrão-ouro de facto com base na moeda de ouro espanhola dobrão. No ano de 1717, o mestre da Casa da Moeda Real, Sir Isaac Newton, estabeleceu uma nova razão de cunhagem entre a prata e ouro que teve efeito na retirada da prata de circulação e a inclusão da Grã-Bretanha no padrão-ouro. No entanto, apenas em 1821, depois da introdução da soberania do ouro pela nova Casa da Moeda Real em Tower Hill no ano de 1816, o Reino Unido foi colocado formalmente no padrão-ouro, a primeira das grandes potências industriais. Logo seguiram o Canadá em 1853, Newfoundland em 1865, e os Estados Unidos e Alemanha de jure em 1873. Os Estados Unidos usaram a Águia como sua unidade, e a Alemanha introduziu marco de ouro, enquanto o Canadá adotou um sistema dual baseado tanto na Águia de ouro estadosunidense quanto na Soberania de ouro britânica.
Austrália e a Nova Zelândia adotaram o padrão-ouro britânico, assim como as Índias Ocidentais Britânicas, enquanto Newfoundland era o único território do Império Britânico a introduzir sua própria moeda de ouro como padrão. Sucursais da Casa da Moeda Real foram estabelecidas em SydneyNova Gales do SulMelbourneVitória e PerthAustrália Ocidental com o objetivo de cunhar soberanos de ouro a partir dos ricos depósitos de ouro da Austrália.
A crise da moeda de prata e das cédulas (1750-1870)[editar | editar código-fonte]
No final do século XVII, guerras e o comércio com a China, que vendeu à Europa mas teve pouco uso para os bens europeus, drenaram a prata das economias da Europa Ocidental e dos Estados Unidos. As moedas foram cunhadas em números cada vez menores, e havia uma proliferação de notas de bancos e ações usadas como dinheiro.
Na década de 1790, a Inglaterra, que sofria uma grande escassez de moedas de prata, cessou a cunhagem das moedas de prata maiores, emitiu moedas de prata em "fichas" e prensou moedas estrangeiras. Com o fim das guerras napoleônicas, a Inglaterra começou um programa massivo de recunhagem que criou soberanos de ouro, coroas e meias-coroas, e eventualmente pences de cobre em 1821. A recunhagem de prata na Inglaterra após uma grande seca produziu uma explosão de moedas: a Inglaterra atingiu cerca de 40 milhões de shillings entre 1816 e 1820, 17 milhões de meias-coroas e 1,3 milhões de coroas de prata. A Lei de 1819 para a retomada dos pagamentos em numerário definiu 1823 como a data para a retomada da conversibilidade, mas alcançada já em 1821. Por toda a década de 1820, pequenas notas eram emitidas pelos bancos regionais, que foram finalmente restritos em 1826, enquanto foi permitida ao Banco da Inglaterra a criação de sucursais regionais. Em 1833, no entanto, as notas do Banco da Inglaterra ganharam força legal, e a retomada pelos outros bancos foi desencorajada. Em 1844, o Bank Charter Act estabeleceu que as notas do Banco da Inglaterra, completamente vinculadas ao ouro, eram de cunho legal. De acordo com a interpretação estrita do padrão-ouro, essa lei de 1844 marca o estabelecimento de um padrão-ouro completo para o dinheiro britânico.
Os Estados Unidos adotaram um padrão-prata baseado no dólar fresado espanhol em 1785. Isto foi codificado na Lei da Casa da Moeda e Cunhagem, e pelo uso por parte do Governo Federal do "Banco dos Estados Unidos" para guardar suas reservas, bem como estabelecendo uma razão fixa de ouro em relação ao dólar americano. Iso era, na verdade, um padrão-prata derivado, visto que não se exigia que o banco mantivesse uma relação da prata com a moeda emitida. Começou uma longa série de tentativas nos Estados Unidos para criar um padrão bimetálico para o dólar americano, que continuaria até a década de 1920. As moedas de ouro e prata tinham cunho legal, incluindo o real espanhol, uma moeda de prata cunhada no hemisfério ocidental. Devido à grande dívida tomada pelo Governo Federal estadosunidense para financiar a Guerra Revolucionária, moedas de prata cunhadas pelo governo deixaram de circular, e em 1806 o Presidente Jefferson suspendeu a produção de moedas de prata.
O Tesouro dos Estados Unidos foi colocado em rígido padrão de dinheiro, fazendo negócios apenas em moedas de ouro e prata como parte do Independent Treasury Act de 1848, que legalmente separou as contas do Governo Federal do sistema bancário. Entretanto, as taxas fixas do ouro e da prata sobrevalorizaram a prata em relação à demanda por ouro no comércio e empréstimos com a Inglaterra. A fuga do ouro em favor da prata levou à procura do ouro, incluindo a Corrida do Ouro da Califórnia de 1849. Seguindo a Lei de Gresham, a prata se multiplicou nos Estados Unidos, que comerciava com outros países que usavam a prata, enquanto o ouro se tornou escasso. Em 1853, os EUA reduziram o peso das moedas de prata para mantê-las em circulação, e em 1857 removeram a condição de cunho legal da cunhagem estrangeira.
Em 1857, a crise final da era dos bancos livres das finanças internacionais começou, com os bancos norte-americanos suspendendo o pagamento em prata, repercutindo no jovem sistema financeiro internacional dos bancos centrais. Nos Estados Unidos, esse colapso foi um fato que contribuiu para a Guerra Civil Americana, e em 1861 o governo dos EUA suspendeu o pagamento em ouro e prata, terminando de fato com as tentativas de formar um padrão-prata para o dólar. Durante o período 1860-1871, várias tentativas de ressucitar os padrões bimetálicos foram feitas, incluindo uma baseada no franco de ouro e prata. No entanto, com o rápido influxo de prata dos novos depósitos descobertos, a expectativa de escassez da prata acabou.
A interação entre os bancos centrais e a moeda base formou a fonte primária da instabilidade monetária durante este período. A combinação que produziu estabilidade econômica foi uma restrição da oferta de novas notas, um monopólio do governo na emissão de notas diretamente, e indiretamente, um banco central e uma unidade única de valor. Tentativas de evitar essas condições produziram crises monetárias periódicas: com as notas desvalorizando, ou a prata parando de circular como uma reserva de valor, ou havendo uma depressão com os governos demandando espécies como pagamento, diminuindo o meio circulante na economia. Na mesma época, havia uma necessidade dramaticamente expandida por crédito, sendo que os grandes bancos estavam sendo fretados em vários estados, incluindo, em 1872, o Japão. A necessidade de uma base sólida em assuntos monetários produziria uma rápida aceitação do padrão-ouro no período que se seguiu.
A título de exemplo, e seguindo a decisão da Alemanha após a Guerra franco-prussiana de exigir reparações para facilitar um movimento para o padrão-ouro, o Japão obteve as reservas necessárias após a Guerra Sino-Japonesade 1894-1895. É debatido se o padrão-ouro fornecia a um governo autenticidade suficiente quando ele buscava pegar empréstimos no exterior. Para o Japão, mudar para o ouro era considerado vital para ganhar acesso aos mercados de capital do Ocidente.

[3] Na ciência políticaoligarquia ("oligarkhía" do grego ολιγαρχία, literalmente, "governo de poucos") é a forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número pertencente a uma mesma família, um mesmo partido político ou grupo económico ou corporação.
A oligarquia é caracterizada por pequeno grupo de interesse ou lobby que controla as políticas sociais e económicas em benefício de interesses próprios.
O termo é também aplicado a grupos sociais que monopolizam o mercado económicopolítico e cultural de um país, mesmo sendo a democracia o sistema político vigente. Wikipédia

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