No maravilhoso mundo da WEB podemos descobrir estudos,
trabalhos e textos interessantíssimos e elucidativos. Assim, na etimologia do
trabalho ficamos sabendo que “A palavra trabalho deriva
do latim tripalium, objeto
de três paus aguçados utilizado na agricultura e também como instrumento de
tortura. Mas ao trabalho associamos a transformação da natureza em
produtos ou serviços, portanto em elementos de cultura. O trabalho é,
desse modo, o esforço realizado, e também a capacidade de reflexão, criação e
coordenação.” (O que é trabalho?) .
Esse objeto de três paus ilustra bem três agentes poderosos nesse mundo, o trabalhador, o empresário e o(s) capitalistas, poria ser mais complexo para incluir outras figuras, mas na base mais essencial do mundo moderno é isso. Como toda ferramenta, o tripalium deveria ser bem feito, exigir habilidades, apesar da aparente simplicidade. Assim é o mundo em que vivemos, com facilidades ilusórias e efeitos contraditórios.
Ao longo da história, o trabalho assumiu múltiplas formas.
Um importante pensador sobre esse assunto foi Karl Marx. Para esse autor, o
trabalho, fruto da relação do homem com a natureza, e do homem com o próprio
homem, é o que nos distingue dos animais e move a História.
Entre muitos fatores de afetação do sonho de se conquistar
um lugar ao Sol agora temos o terrorismo em torno do que denominamos “meio
ambiente”. Diante da realidade nem sempre saudável, abriu-se um espaço em que
vale tudo. Um exemplo é a coleção de filmes e reportagens que as emissoras de
TV apresentam, principalmente os enlatados talvez disponíveis sem custo para as
emissoras.
A aproximação da “Rio+20” (
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20) de alguma forma
trouxe para a mídia uma coleção de filmes bem feitos sobre os riscos do
crescimento econômico onde a única motivação é o lucro a qualquer custo (algo
realmente perigoso se essa lógica do “Tio Patinhas” imperar”). São, entretanto,
filmes de qualidade técnica variável (não considerando a arte cinematográfica e
sim o mérito das afirmações), trazem de tudo, inclusive a sugestão sutil de
voltarmos aos tempos das cavernas, quando os seres humanos eram predadores,
matavam-se diariamente, tratavam as crianças com pouca atenção (desconheciam a
paternidade), na maioria das sociedades primitivas a mulheres eram
trabalhadoras escravas (ainda hoje em alguns países), o medo e a superstição
onipresentes... Infelizmente não temos condições de exigir responsabilidade
técnica sobre as sandices mais do que frequentes.
De qualquer forma é momento de repensar e mudar hábitos,
principalmente, por exemplo, de utilização do transporte motorizado individual,
tremendo consumidor de energia, fator de impermeabilização do solo (vejam os
estacionamentos de automóveis e o asfaltamento de ruas, avenidas e ruas, além
dos diques representados pelas estradas, verdadeiras barreira ecológicas)
milhares de desastres e centenas de milhares de pessoas com lesões permanentes
anos a ano só no Brasil. As montadoras geram emprego? Qual é custo de cada
posto de trabalho para a sociedade? Têm incentivos? Interessante, disso não
vemos reportagens.
Lógicas perdulárias fizeram de nossas cidades sorvedouros
de energia e, se as teorias da termodinâmica valem, produtoras de calor
concentrado, poluição acelerada e devastação de florestas para fabricar até combustíveis.
O lado positivo, contudo, é respeitável e merece respeito.
A Revolução Industrial (Revolução Industrial - Século XVIII) , com muitas
motivações, entre elas o carvão abundante na Inglaterra, a utilização intensiva
do petróleo o trabalho escravo e o que Domenico de Mais expõe em (A Emoção e a Regra - Os Grupos Criativos na Europa
de 1850 a 1950, 1999) mudaram rapidamente a Humanidade,
principalmente viabilizando maior produção de alimentos. Infelizmente a maior
parte desses recursos técnicos e de capital têm sido gastos para sustentar a
indústria bélica e guerras diversas e caríssimas, quando deveríamos ter
aproveitado o tempo para garantir o futuro [(O futuro sem Petróleo) , (A era da
escassez dos alimentos chegou?) ].
Nos conflitos do Oriente Médio o preço do petróleo (O preço do petróleo ao longo de 150 anos) deu a impressão de
não parar de subir e no início da década de oitenta do século passado os países
mais desenvolvidos tecnicamente mergulharam em pesquisas de equipamentos e
sistemas alternativos. Até o retorno da propulsão de navios pela força dos
ventos teve anteprojetos e no Brasil (os peixes agradeceriam muito). Entre
muitos temas, discutimos a importância do não transporte [ (Centros urbanos e o não
transporte) ,
(Cidadania de Pé no Chão) ] entre outros.
O tema “Trabalho” está intimamente ligado ao petróleo, urbanização,
poluição, direitos humanos e ética social assim como ao futuro das fontes de
energia que será imperativo ao nosso bem estar e sobrevivência.
Domenico De Masi (Persona)
talvez seja um dos poucos analistas criativos e objetivos das transformações
necessárias quando comemoramos o Dia do Trabalho. Seus livros merecem ser lidos
com atenção [(Criatividade - Descoberta e Invenção, 2005) , (A Economia
do Ócio) ,
(O Futuro do Trabalho, 1999) ] e pelo menos a
entrevista (Persona) com uma boa análise
de seu trabalho.
As teorias revolucionárias do século 19 [ (Hobsbawm,
2004) ,
(Hobsbawm, A Era do Capital 1848 - 1875, 2007) ] apareceram diante
do luxo, arbitrariedades e da displicência das elites mercantis, aristocráticas
e clericais em relação ao povo. Os revolucionários queriam que todos
trabalhassem e distribuíssem melhor a riqueza. O totalitarismo matou ideias
socialistas (As Origens do Totalitarismo, 2007) e o século vinte tornou-se
(Hobsbawm, Era dos Extremos, 1998) . Afinal, em (Nietzsche) teremos de forma
sintética a relação de nossas fragilidades expressadas de forma direta, sem
rodeios e o resultado de tudo isso aparece, a parte hedionda, em (Hobsbawm, Globalização, democracia e terrorismo,
2007)
e nos noticiários diários.
Agora o desafio de uma parte da Humanidade é produzir e
consumir de forma adequada e no outro extremo apaziguar fanáticos de diversos
matizes, que usam o poder da Tecnologia para se matarem. O filme (Matar a Todos) ilustra (sob muitos
aspectos) de forma brilhante a que ponto chegamos aqui, no Cone Sul da América
Latina, ou seja, a loucura não é privilégio de alguns povos distantes.
Ilusões?
Quem nasceu na década de quarenta do século passado e
sobreviveu às fantasias políticas que se sucederam e desmoronaram
sucessivamente com certeza sente-se preocupado, se puder estudar e se
aprofundar nesse período. Livros, filmes, reportagens etc. não faltam para quem
gosta de história, filosofia, política, sociologia etc..
Obviamente formaremos opinião também por efeito do
ambiente social em que vivermos e da própria inteligência e cultura. Não
podemos reclamar, contudo, da inacessibilidade à informação.
O grande desafio é apaziguar, acalmar-se e pensar em
soluções realistas e que nos conduzam a um mundo fraternal entre todos, irmãos
ou não.
Assusta tremendamente sentir que o radicalismo cresce, o
fundamentalismo religioso ganha força e substituem as ideologias (uma forma de
religião) como vetores da insanidade, além de conceitos clássicos que os
extremistas usam e abusam.
Dia do Trabalho, que momento importante para reflexões
sobre tudo isso. Essa comemoração tem muitas razões e a data formal veio de uma
série de atos criminosos e covardes contra operários que se atreveram a
contestar seus patrões [(Dia do Trabalhador) , (Mártires de Chicago: origens do dia internacional dos trabalhadores) ]. Dos EUA e para
lembrar paraísos de trabalho escravo existentes (agora) e nossa compulsão
consumista sem preocupações éticas vale a pena ver e rever o filme (Tempos Modernos) com uma reflexão profunda
sobre hábitos e vontades.
As comemorações do “1 de maio” sucedem à de outra data memorável,
parcamente lembrada, o (Dia Internacional da Mulher) . Em Curitiba, com
algumas ações, principalmente na UTFPR com o GETEC (Cascaes) ,
esse momento de reflexão histórica começa a ser festejado. Também consequência
de atrocidades típicas de tempos industriais trata da situação da mulher, algo
que precisa ser discutido amplamente diante do gasto fenomenal em torno dos
traumas do fim do mundo e da poluição nem sempre tão danosa quanto seus ativistas
propagam. Ou melhor, ainda estamos cheios de bombas nucleares, químicas,
instalações de alto risco e desprezo pela boa Engenharia, resultado do império
de políticos alheios às leis da Natureza.
No século 21, tendo ou não dúvidas em relação a tudo o que
nos afeta, com certeza impõe-se estudos sérios e ajustes fortes de
comportamento. Como dissemos, nascemos na década de quarenta (1944), somos
testemunhas de mudanças maravilhosas, tenebrosas e outras insidiosas,
perigosíssimas, assim como a revalorização de lógicas que considerávamos
superadas, ocupando agora o lugar que a (Guerra Fria)
teve a partir das primeiras bombas atômicas.
Em tempo, no Brasil, se pudermos ter governos eficazes e
honestos, haverá dinheiro para uma reconstrução sadia e solução para nossos
maiores problemas: Educação, Saúde, Segurança, Saneamento Básico, Habitação,
Inclusão, etc., fácil, não? Basta votar certo!
O Dia do Trabalho pode ser usado para maior
conscientização de nosso povo trabalhador, de empresários a empregados. Já
temos festas demais.
Cascaes
1.5.2012
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20. (s.d.). Fonte:
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http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/revolucao-industrial/revolucao-industrial.php
Esse não é um artigo, meu amigo, é uma verdadeira tese. A bibliografia é maior que muitos trabalhos de conclusão de curso.
ResponderExcluirParabéns e um feliz Dia do Trabalho.